Partilhar momentos em família é do melhor que há como nos explica a Oficina de Psicologia.
Vou sonhar com fadas e estrelinhas,
balões mágicos e dragões,
Magos, castelos e pandas saltitões.
Vou acordar em cada dia,
A achar que nenhum mal havia
E que todos os meninos por entre risos e correria
Irão espalhar pó de magia pelo jardim
E dar a cada dia esperança sem fim.
Queremos que nossas crianças cresçam num Mundo assente em valores positivos, de partilha e compaixão.
Queremos que sejam meigos, atenciosos e ao mesmo tempo fortes e preparados para as circunstâncias da vida.
Queremos que brinquem, estudem e sejam responsáveis naquilo que dizem e fazem.
Quando toca a educação dos nossos filhos o papel dos pais é da máxima importância. A forma mais simples e efetiva de transmitir mensagens será mais pela consistência dos gestos do que pelas palavras. As palavras são importantes e devemos manter o diálogo de forma privilegiada, mas a linguagem não-verbal (gestos, atitudes, reações face às situações) têm um caráter mais vincado em termos de aprendizagem com crianças pequenas.
Um dos melhores caminhos para ensinar as crianças a partilhar, passa por sermos o modelo daquilo que queremos ver neles. Este é um cliché cada vez mais utilizado, mas não encontro outro que sirva melhor este interesse parental.
Por definição partilha aparece associada aos verbos, dividir, repartir e distribuir.
Não existe uma idade para mostrar ao seu/sua filha (o) o que é a partilha.
Devemos pensar a partilha como um valor, um princípio de vida que nos deve reger e mover.
Como seres sociais, não vivemos, nem queremos viver isolados, precisamos de contacto e de dar e receber de diferentes formas na relação com o outro.
Devemos despertar nos filhos uma atitude de participação ativa sobre o outro, seja uma criança pequena com os seus colegas no infantário, na escola, nos escuteiros, na música, na dança, na natação… e cada um destes contextos ser meio para praticar a interação positiva com o outro.
Habitue o seu filho a ir comprar presentes de aniversário para outras crianças, mostrando-lhe o bom que é fazer o outro feliz e surpreendê-lo. Importa dar a perceber que cada um tem o seu dia e a sua vez de ser protagonista e receber presentes.
Entre irmãos que brincam na mesma casa e com os mesmos brinquedos, mostre-lhes que podem existir brinquedos que foram oferecidos num dia especial a um deles, mas que ambos podem utilizá-los, sabendo quem é o «proprietário».
Vá brindando o seu filho(a) com pequenos desenhinhos ou bilhetinhos de recado, que o façam sentir especial e veja como isto se multiplica e lhe dá um sentido colorido de usufruir da presença na vida um do outro.
Talvez assim possamos acreditar, pequenos e graúdos, que é possível «… espalhar pó de magia pelo jardim/ e dar a cada dia esperança sem fim».
Ana Oliveira
Psicóloga Clínica e Terapeuta Familiar e de Casal
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