O reconhecimento positivo da criança pode e traz muitos benefícios ao crescimento das abobrinhas.
Reconhecer e recompensar é diferente. Beatriz Pereira do blog Mais Q’Especial explica porquê.
Antes demais deixem-me explicar porque falo em reconhecer positivamente a criança e não em recompensar. Não estaria totalmente errado visto que ambos os termos envolvem valorizar e gratificar. No entanto, recompensa está muito mais associado a algo tocável, um prémio, uma renumeração. Reconhecimento é constatar, condecorar e permanece na nossa vida e isso sim, faz a diferença na educação das nossas crianças com e sem necessidades especiais – o reconhecimento!
É tão importante saber reconhecer a criança pelas suas boas atitudes, conquistas e bons comportamentos tal como é importante perceber como agir perante as traquinices ou os comportamentos menos bons da criança, com o intuito de ajudá-la a melhorar o seu comportamento e a crescer.
As recompensas materiais ou comestíveis são muito frequentes, no entanto, não são de todo as melhores para o desenvolvimento intelectual e emocional da criança.
Recompensas materiais: a longo prazo e como recurso frequente, vão-se tornando cada vez menos gratificantes para a criança. Para além disso, cria nesta a ideia de que para se sentir bem consigo mesma o importante é “ter coisas”. Desta forma, mais dificilmente, aprenderá o valor do carinho, da ajuda mútua e o reconhecimento da importância das relações com os outros.
Recompensas comestíveis: cria uma dependência do organismo da criança para se sentir bem consigo mesmo. Assim, para que a criança se sinta bem consigo mesma, o seu cérebro vai pedir-lhe um doce…o que não é de todo bom para a sua saúde!
Atenção: Não digo que um chocolate ou uma prendinha irão fazer mal ao piolho mas se forem um recurso frequente, aí sim, está o problema. Por isso, este tipo de recompensas (sim, aqui utilizo o termo recompensa e não reconhecimento) sugiro que as guardem para grandes momentos: passar de ano letivo, o natal, o aniversário, a chegada de um irmão, etc…!
Qual a melhor forma de reconhecer o meu filho promovendo o seu desenvolvimento emocional e intelectual?
O reconhecimento social e emocional são, definitivamente, os melhores: privilegiar, agradecer, felicitar, abraçar,… Para nós adultos, talvez seja estranho que uma criança aprenda a dar-se por feliz com este tipo de reconhecimento, mas acreditem nada é mais valioso para a criança do que sentir-se valorizada pela sua atitude ou comportamento tendo o reconhecimento, principalmente, daqueles que lhe são figuras de referência, como os pais ou os professores.
Acreditem que esta forma de reconhecimento motiva, ainda mais, a criança a ter comportamentos positivos de forma espontânea e intencional. Para além disso, desenvolve o sentido de responsabilidade para com os seus deveres e para com os outros, a sua auto-estima, a sua segurança emocional e auto-confiança perante o medo de falhar e a sua autonomia.
As crianças deixam-se tocar pelo coração muito mais do que imaginamos.
Ficam aqui algumas sugestões de reconhecimentos positivos para as vossas crianças:
Dica 1
Dedicar tempo à criança para brincar, ler uma história. Dedicar-se de corpo e alma ao tempo com a criança.
Dica 2
Confiar-lhe uma responsabilidade como ajudar a levar o carrinho das compras (todas as crianças adoram empurrá-lo), deixá-lo levar as chaves do carro e abrir o carro, marcar o “ok” na hora do pagamento de multibanco…
Dica 3
Dar-lhe um privilégio como escolher o jantar, escolher o filme que a família irá ver no fim-de-semana, escolher o parque a que vão, se a criança foi para o banho sem contestar, deixe-a encher a banheira e dê-lhe um banho de espuma…!
Dica 4
Felicitar a criança dizendo-lhe o que fez bem algo. É importante que ao elogiar refira sempre aquilo que fez bem e não lhe atribua apenas o elogio. Por exemplo: “uau, pintaste tão bem dentro das linhas”, “adoro o teu desenho!”
Dica 5
Agradeça a criança o bom comportamento. Diga-lhe o quão feliz, orgulhoso e agradecido fica por aquela boa ação.
Relembro: As crianças deixam-se tocar pelo coração muito mais do que imaginamos.
É mesmo simples assim…
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