Muitas crianças vivem com a ilusão de que muitos pais poderão voltar a ficar juntos após o divórcio. Quando os pais refazem as suas vidas com novos amores, esta pode ser uma tarefa difícil… a de apresentar o novo elemento à família! Muitas crianças podem sentir-se inseguras com a entrada de uma pessoa nova em casa, pensando que poderão ser trocadas ou ignoradas pela nova relação. A Oficina de Psicologia ajuda-nos a perceber como lidar com esta nova fase do divórcio, com as crianças.
“Querido Diário, os meus pais separaram-se e agora a minha mãe tem um namorado. E eu.. já não sou importante?”
Todos os pais têm o direito de refazer as suas vidas e a única preocupação que devem ter é mostrar à criança que o facto de investirem emocionalmente numa relação amorosa, a atenção, disponibilidade e amor pelos seus filhos nunca estará em causa. Não basta falar, é importante que os pais tenham o cuidado de não modificar por completo as rotinas que tinham com os seus filhos antes das novas relações aparecerem, nem sequer alterar as regras da dinâmica familiar. Devem reservar momentos de cumplicidade com os filhos para que eles não sintam ciúmes, pensando que alguém “lhes roubou” a mãe ou o pai, fiquem tristes ou se sintam abandonados.
Por outro lado, a vantagem dos pais refazerem as suas vidas é que não se tornam demasiado dependentes dos filhos para a sua própria felicidade, introduzindo um pouco de independência no bem estar de cada um dos elementos da família, sem que a constelação esteja em risco. Assim sendo, é crucial informar a criança de forma clara e simples da nova realidade e explicar que os papéis de cada um dos progenitores se mantém sem qualquer alteração.
É também importante que a transição seja faseada em etapas de convivência para que o novo elemento vá sendo aceite e integrado. Isto é sobretudo importante nos filhos adolescentes que estando numa fase de grandes mudanças poderão demonstrar maior resistência a alguém que vem de fora. Desde que seja cultivado o respeito pela decisão dos pais em refazer as suas vidas e os espaços individuais de cada um dos filhos… a proximidade com os seus novos amores vai sendo estabelecida naturalmente com o tempo.
Vera Lisa Barroso
Psicóloga Clínica
Equipa Mindkiddo – Oficina de Psicologia
Se gostou deste artigo, conheça ainda o livro “Agora tenho duas Casas“.
Um livro que orienta pais e educadores a ajudarem os mais pequenos
a lidarem com o tema do divórcio.
Este artigo foi útil para si?