Também têm pequenos ditadores aí em casa?
Às vezes, achamos que os pais tentam proteger a sua cria com tudo o que têm, como aquele pequeno Simba no filme da Disney, tão pequeno e frágil. Sem darem conta, em menos tempo do que o expectável, essa cria torna-se o Rei Leão lá de casa. Começa a ditar as regras, e gere o reino à sua maneira e proveito, como quem diz “quem manda sou eu”. A Escola do Sentir partilha algumas dicas para melhor lidar com estes “pequenos ditadores”.
De Simba a Rei Leão
As crianças são sem dúvida o melhor do mundo, o melhor do nosso mundo, porém há alguns momentos que nos deixam com os cabelos em pé de tanto nervosismo; aqueles momentos em que se tornam pequenos ditadores, daqueles ditadores que não existiam mais até à época, mas que parece que ressuscitam assim que uma vontade da criança não é atendida.
Por vezes esse pequeno Simba cresce com a ideia de que todas as suas necessidades têm de ser cumpridas imediatamente. O pequeno Simba pensa “se eu tenho sede porque tenho de esperar mais do que um minuto e porque carga de ideias é que tenho de ser eu a ir buscar a água?” e surge um “eu tenho sede, tenho de beber água e é agora”.
O problema surge quando não há água disponível imediatamente, e as garras de Rei Leão se soltam e fazem a maior birra de sempre. E essas garras ganham cada vez mais força com pequenos pormenores lá em casa, como quem manda na televisão, nos programas que a família tem planeado, na comida, entre muitas outras coisas.
Aquele Rei Leão começa a protestar cada vez mais e certa altura temos uma criança que consegue controlar tudo lá em casa e que acaba por ser o centro do mundo. De uma forma subtil e negativa, toda a dinâmica familiar passa a girar em torno daquela criança.
Quem manda no Reino?
Os pais têm dificuldade em aceitar que a criança, enquanto Simba – e, sim, esse deve ser o seu papel no seu reino lá em casa – sinta alguma frustração ou dificuldade, por isso respondem a todas as suas necessidades imediatamente. Os nossos Simbas são mais fortes e resistentes do que imaginamos, e não devemos dar- lhes tudo o que pedem em tempo real, porque eles passam a acreditar que basta pedir e surge imediatamente o seu desejo.
Se o Simba não ouvir aquela palavra mágica que é o “não” aí tudo se complica: a criança acredita que tudo é permitido e que as leis do Reino são ditadas por elas.
Ao explorar o reino, o pequeno Simba tem aprender a saber esperar, a negociar, a frustrar-se e a resolver os seus próprios problemas, desta forma promovemos a sua autonomia, a sua capacidade de ir a jogo e acima de tudo a de tolerar a frustração.
Os pais é que devem ser o centro do reino e deixar os seus Simbas brincar com toda a plenitude e liberdade.
Não mergulhem os vossos Simbas em inúmeras atividades e num precipício de estimulação, como a televisão, o tablet, e os brinquedos interativos, em que tudo é rápido e respondido imediatamente. Sssim os pequenos Simbas não conseguem conhecer-se, nem perceber na sua essência aquilo de que mais gostam.
E, como todos vão tornar-se Rei Leão um dia, é melhor que sejam seguros de si, capazes de se respeitar, respeitar os outros e tolerar a frustração.
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