Está assustado porque apanhou o seu filho a falar sozinho? Não se preocupe, a Oficina de Psicologia explica-lhe tudo sobre os amigos imaginários.
As crianças gostam muito de brincadeiras de “faz de conta”, como é o caso de brincar aos “pais e às mães”, aos “médicos” e/ou aos “professores”. Nestas brincadeiras, recorrem a bonecos e a objetos que a criança usa fingindo que são verdadeiros.
A criação de amigos imaginários está relacionada com a própria infância, refletindo capacidade criativa e imaginativa. Os pais ficam muitas vezes preocupados quando ouvem os seus filhos a falarem sozinhos com este amigo imaginário, associando esta situação a uma dificuldade em fazer amigos ou até mesmo a uma perturbação.
Não se preocupem pais! Ter um amigo imaginário é normal e saudável. Além de desenvolver capacidades de criatividade e imaginação, ajuda na expressão e regulação emocional. Muitas vezes, as crianças desabafam com o “amigo” alguns dos seus medos e preocupações.
A maioria das crianças tem noção de que o amigo não é real, mas sim inventado por si, mesmo que muitas vezes, não o diga. Ter um amigo imaginário não significa que a criança revele dificuldades na socialização, visto que, este não surge para substituir as pessoas reais. O “amigo” aparece quando a criança está a brincar ou a desenvolver tarefas sozinha. Deste modo, os filhos mais velhos e os filhos únicos apresentam uma maior tendência para a criação de um amigo imaginário.
Os pais não devem tentar excluir, nem afirmar que este amiguinho não existe, uma vez que é importante para a criança, pelo que deve ser integrado na dinâmica familiar: podem perguntar por ele, pedir à criança que vos fale sobre ele, o que gosta de fazer, como é, o que o chateia, o que o preocupa, etc. Muitas vezes, através destas descrições, irão compreender emoções, sentimentos, preocupações, angústias e desejos dos vossos filhos.
Aceitem o amigo imaginário, que mais cedo ou mais tarde irá desaparecer. Faz parte do crescimento, e na verdade, quem nunca falou sozinho ou teve um amigo imaginário?
Catarina Rosário
Psicóloga Clínica
Oficina de Psicologia – Equipa Mindkiddo
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