A Oficina de Psicologia ensina-nos quais as mudanças ao nível do desenvolvimento infantil a partir dos 3 anos.
O desenvolvimento do ser humano é ininterrupto, gradativo e obedece a uma certa ordem e regularidade. Desde a conceção até à maturidade, há um paralelo no desenvolvimento do organismo, do cérebro e do comportamento.
Aqui iremos analisar o desenvolvimento infantil desde os 3 anos de idade atéé ao momento em que a criança entra na escola primária, altura em que a família enfrenta desafios claramente diferentes.
Dos 3 aos 4 anos:
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Compreende a maior parte do que ouve e o seu discurso é compreensível para os adultos
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Utiliza bastante a imaginação: início dos jogos de faz-de-conta e dos jogos de papéis
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Sabe o nome, o sexo e a idade
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Começa a ter noção das relações de causa-e-efeito
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É bastante curiosa e inquiridora
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É bastante sensível aos sentimentos dos que a rodeiam relativamente a si própria
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Tem dificuldade em cooperar e partilhar
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Começa a interessar-se mais pelos outros e a integrar-se em atividades de grupo com outras crianças
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É capaz de se separar da mãe durante curtos períodos de tempo
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Pode manifestar medo de estranhos, de animais ou do escuro
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Começa a reconhecer os seus próprios limites, pedindo ajuda
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As opiniões dos outros acerca de si própria assumem grande importância para a criança
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Consegue controlar-se de forma mais eficaz e é menos agressiva
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Utiliza ameaças verbais extremas, como por exemplo “Eu mato-te!”, sem ter noção das suas implicações
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Começa a desenvolver alguma independência e autoconfiança
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Imita os adultos
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Começa a distinguir o certo do errado
Dos 4 aos 5 anos:
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Adquiriu já um vocabulário alargado, constituído por 1500 a 2000 palavras; manifesta um grande interesse pela linguagem, falando incessantemente
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Tem uma curiosidade insaciável, fazendo perguntas
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Distingue fantasia e realidade
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Gosta de brincar com outras crianças; quando está em grupo, poderá ser seletiva acerca dos seus companheiros
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Gosta de imitar as atividades dos adultos
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Está a aprender a partilhar, a aceitar as regras e a respeitar a vez do outro
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Tem amigos imaginários e uma grande capacidade de fantasiar
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Procura frequentemente testar o poder e os limites dos outros
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Exibe muitos comportamentos desafiantes e opositores
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Os seus estados emocionais alcançam os extremos (Ex. é desafiante e depois bastante envergonhada)
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Tem uma confiança crescente em si própria e no mundo
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Tem maior consciência do certo e errado, preocupando-se maioritariamente em fazer o que está certo
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Pode culpar os outros pelos seus erros
Dos 5 aos 6 anos:
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Grande interesse pelas palavras e linguagem
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Segue instruções e aceita supervisão
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Capacidade para memorizar histórias e repeti-las
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Copia os adultos
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Está mais calma, não sendo tão exigente nas suas relações com os outros; é capaz de brincar apenas com outra criança ou com um grupo de crianças, manifestando preferência pelas crianças do mesmo sexo
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Devido à sua grande preocupação em fazer as coisas bem e em agradar, poderá por vezes mentir ou culpar os outros de comportamentos reprováveis
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Brinca de forma independente, sem necessitar de uma constante supervisão
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Começa a ser capaz de esperar pela sua vez e de partilhar
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Aprecia conversar durante as refeições
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Começa a interessar-se por saber de onde vêm os bebés
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Está numa fase de maior conformismo, sendo que critica aqueles que não apresentam o mesmo comportamento
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Maior sensibilidade relativamente às necessidades e sentimentos dos outros
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Pode apresentar alguns medos: do escuro, de cair, de cães ou de dano corporal
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Se estiver cansada, nervosa ou chateada, poderá: roer as unhas, piscar repetidamente os olhos, fungar, chuchar no dedo, etc.
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Preocupa-se em agradar aos adultos
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Envergonha-se facilmente
É clara a evolução das crianças num curto espaço de tempo. A interação do adulto com a criança começa logo no seu nascimento, o qual se torna indispensável para a evolução da sua personalidade e das suas capacidades de interação social.
As crianças tomam os adultos mais próximos como uma referência, adotando os seus valores, hábitos culturais e modelos de comportamentos, sejam eles positivos ou negativos.
Até atingirem a maioridade, as crianças/adolescentes precisam de orientação de um adulto, situação que é mais significativa se falarmos de crianças até aos 6anos de idade.
Assim, compete aos adultos proporcionar às crianças um clima emocional estável e dinâmico, que lhes permita interagir com outras crianças e assim desenvolver as suas capacidades de interação social.
Compete ainda ao adulto orientar a criança para que ela mais tarde tenha autonomia, responsabilizando-a, deixando-a expressar-se e viver novas situações e desafios.
Concluímos, assim, que a maneira como o adulto interage com a criança vai determinar o adulto que ela vai ser no futuro.
Natália Antunes – Psicóloga
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