As abobrinhas não se calam um minuto? Partilhamos algumas dicas para os acalmar, em família e na escola.
“Os meus alunos são tagarelas!” ou “Ele fala pelos cotovelos!” são algumas das queixas frequentes que Beatriz Pereira ouve de pais, professores e auxiliares. A psicomotricista e autora do blog Mais Q’ Especial partilha algumas estratégias para ajudar a falar com calma e ordem no espaço.
Se por um lado percebo que estar com uma criança ou um grupo de crianças que estão constantemente a falar e que não conseguem respeitar o tom de voz dito normal num espaço com outras pessoas é difícil, por outro reconheço que são crianças que só podem aprender a saber estar e a “falar” se lhes ensinarmos, se lhes dermos o exemplo, se lhes mostrarmos que conseguem saber estar e “falar” pelo reconhecimento,
Se por um lado entendo que nem sempre temos forças ou tolerância – porque somos humanos, não super-humanos – para saber lidar com calma nestas situações de maior confusão, também reconheço que a menor noção de tempo e confusão das crianças, a dificuldade em gerir os impulsos, a necessidade de conhecer e querer ligar-se ao outro amiguinho, também faz parte do desenvolvimento.
Como forma de vos passar algumas ferramentas de apoio para as vossas casas e/ou salas de aula, deixo aqui algumas dicas sobre como captar a atenção das crianças, ajudando-as a saber estar e “falar” com calma e ordem no espaço.
1. Combinar um gesto ou ação com as crianças e associá-lo à necessidade de retomar a atenção ou diminuir/eliminar o ruído
Ao associar o gesto, a criança abstrai-se do que está a fazer ou do que está a dizer, estabelecendo de seguida uma associação entre o gesto e o comportamento pretendido.
Exemplo: bater palmas e eles têm de bater palmas de seguida, ou “quem estiver atento toca na ponta do nariz/tapa os olhos”.
2. À medida que as crianças forem restabelecendo o silêncio e a calma, diga:
“Ahhh, estou a ver que afinal lembram-se de como é manter a calma e estar em silêncio. Fico feliz de verem que sabem como fazê-lo! Vamos continuar a praticar?”
3. Faça uma gestão de expetativas
Empenhe-se em perceber a etapa de desenvolvimento da criança, há crianças que estão numa fase muito exploratória, outras ainda estão numa fase egocêntrica, outros viveram experiências que outros não.
4 . Tenha momentos de descontração entre atividades
Como uma adivinha/piada/música, com questões de coisas que sabe que todos sabem.
5. Fale com motivação
Com gestos e expressando sempre pela sua linguagem verbal e não verbal, mostre-lhes que acredita nas suas capacidades.
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