Está a passar por divórcio, e não sabe o que esse processo pode causar ao seu filho?
Encontra aqui quais são os potenciais efeitos de divórcio mais comum e de que forma pode diminui-los os efeitos. Partilhamos aqui os Efeitos de divórcio dos pais descritos nas crianças (de acordo com a idade):
Efeitos em crianças com idades de 2,5-5 anos:
- Ligeira regressão do desenvolvimento psicomotor
- Aumento da ansiedade de separação
- Problemas do sono
- Medo do abandono
- Exigências exageradas para com o familiar responsável pela custódia
- Egocentrismo
- Crises de agressividade
Efeitos de divórcio em crianças com idades 6-8 anos:
- Medo do abandono ou substituição
- Auto-culpabilização pela separação dos pais
- Dificuldades escolares
- Fobias/medos
- Comportamentos depressivos
Efeitos em crianças com idades de 9-12 anos:
- Crises de agressividade/hostilidade contra um ou ambos os pais
- Auto-culpabilização pela separação dos pais
- Dificuldades escolares e/ou má interação com os pares
- Sensação de impotência e culpabilização dos pais pela separação (“não fizeram nada
para evitar”) - Comportamentos depressivos
Efeitos de divórcio em crianças com mais de 12 anos:
- Depressão aguda ou ideação suicida
- Perturbações comportamentais (toxicodependência, atividade sexual, gravidez, etc.)
- Dúvidas quanto ao sucesso do seu próprio casamento
Outros efeitos de divórcio a médio/longo prazo
- Abandono por um dos pais
- Violência física
- Ambiente familiar pobre e inconsistente
- Litígio persistente pela custódia e/ou pela visitação
- Perturbações emocionais e/ou mentais nos pais
- Má interação com o(s) pais ou com os companheiros
- Falta ou ausência de apoio fora da família nuclear (ausência de irmãos, etc.)
- Problemas económicos (custódia materna em 75-90% dos casos)
Quais as formas de minorar os efeitos do divórcio nas crianças?
- Ajudar a família a estabelecer um plano para dizer à criança que ela é o mais importante para os pais, mesmo após a separação
- A família deve informar o pediatra e os professores sobre o divórcio. Acordar a quem será entregue as informações médicas e escolares (um ou ambos os progenitores)
- Manter a estrutura e a organização de forma a permitir que a criança mantenha o autocontrolo e permitindo a continuidade do relacionamento da criança com o progenitor sem a sua custódia
- Responder às preocupações da criança de forma verdadeira (podendo omitir-se algumas informações que possam prejudicar a criança)
- Evitar interações conflituais perante a criança, o que constitui uma violência para a criança
- Escolher o “momento ideal” para a separação, evitando momentos considerados muito importantes na família (anos dos progenitores ou das crianças, natal, etc.)
Outras dicas relacionadas com os efeitos de divórcio:
- Não tentar ser ou parecer o substituto do pai/mãe biológico(a)
- Aceitar desde o início que a relação com o enteado pode não ser fácil. Contudo, com paciência, recetividade e disponibilidade, essa relação pode tornar-se bastante rica para todos os intervenientes
- Não colocar obstáculos à convivência com um dos pais biológicos, a não ser que existam razões excecionais
- Não entrar em competição com o pai/mãe biológico(a) para ver “quem é o melhor”
- Não fazer comentários sobre a intimidade passada dos pais biológicos
- Não impor a presença de uma só vez. Há que dar tempo ao tempo o que obviamente não implica aceitar humilhações ou situações desconfortáveis
- Ninguém é obrigado a gostar dos enteados. No entanto, estes devem ser respeitados enquanto pessoas
- Ter algum cuidado com o que prometem, em termos afetivos, aos enteados, sobretudo se a separação dos pais biológicos é recente, uma vez que a criança se encontra numa fase de grande vulnerabilidade e insegurança
- Não tentar dar tratamento preferencial aos próprios filhos, nomeadamente em questões de educação e disciplina, mas não se abster de os amar naturalmente, uma vez que é natural a existência de ciúmes entre os próprios filhos e os enteados.
Em caso de dúvida, ligue para a SAÚDE 24 (808 24 24 00) ou contacte o Pediatra dos seus filhos.
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