Esta é uma questão muito recorrente e pertinente. Todos os casais discutem (uns mais que outros – e isso faz parte da dinâmica). Não discutir não é uma virtude porque nenhuma relação humana é ausente de conflito. Olhe para a a sua relação com os seus filhos, por exemplo. Também ela tem conflitos. Há sim pessoas que têm mais flexibilidade, outras que não gostam de conflitos e portanto não dão continuação a conversas que se tornam mais intensas, e há outras pessoas que não receiam o debate porque ele é a afirmação das suas convicções e também o respeito pelas ideias dos outros. Por isso debatem, vivem com paixão o que dizem e sentem.
Por isso sim, digo que não há mal nenhum em os seus filhos presenciarem as discussões que tem com o seu marido. Desde que (note que a seguir está sublinhado e a bold) não haja falta de respeito nem agressões (físicas ou verbais!!). E isso é, talvez, o mais difícil de fazer. Porquê? Porque crescemos sempre a achar que se não concordam, então estão contra nós… Toda a gente é livre de ter opiniões diferentes e de se debater por elas. Não quer dizer que estejam contra nós. Pensam é de forma diferente.
E, por outro lado, ninguém nos ensinou a discutir.
Debater, escutar e fazer-se ouvir é fundamental. Não só ensinará ao seu filho que não temos todos de ter as mesmas ideias como também lhe mostrará que, afinal, podemos conviver no meio da diferença. O mais importante é sermos escutados respeitados e fazer tudo isso ao outro. Ensinará o seu filho a argumentar, a não ter receio de pensar diferente e de se fazer ouvir. Ensinará coisas tão importantes como a liberdade de expressão, a assertividade e a importância do diálogo. Finalmente, ele perceberá algumas vezes que todos podemos mudar de ideias e que isso não significa que uma parte ganha e a outra perde.
Desde que se garantam as condições acima, não vejo mal nenhum em nos mostrarmos humanos, frágeis e imperfeitos, aos nossos filhos.
Este artigo foi gentilmente cedido por Magda Gomes Dias do blog Mum’s the Boss.
Este artigo foi útil para si?