São coisas diferentes, não são?
Nós como adultos sabemos que não colaboramos com aqueles que ordenam, que usam a autoridade sem o respeito sobre aquilo que sentimos ou precisamos, sem nos incluírem nas situações ou decisões. Então, porque com as crianças seria diferente? O argumento, mais do que válido, é de Beatriz Pereira, do blog Mais Q’ Especial.
Queremos tanto que as nossas crianças, com e sem necessidades educativas especiais, sejam independentes, livres, com espírito de iniciativa, que respeitem os outros e a si mesmos, que queiram ajudar e participar em atividades ou até mesmo tarefas…
No entanto, no momento em que estamos com mais pressa, em que o caos está instalado, nos momentos em que estamos com a tolerância perto ou abaixo de zero, ou quando para nós não nos dá jeito explicar ou levar tempo a esclarecer algo – a cooperar conforme a criança precisa que colaboremos naquele momento – queremos simplesmente colocar-nos no poder e assumir o “controlo” querendo simplesmente que a criança obedeça.
Já pensaram que educando para a cooperação, podem nem chegar a sentir esta necessidade de controlo e poder?
Reflitam sobre os seguintes pontos:
Testar limites, faz parte da natureza de desenvolvimento das crianças
A diferença entre os que respeitam os limites e os que não deixam de os testar está, muitas das vezes, nas ligações que precisam de fortalecer entre criança e adulto, nestes últimos. Então, liga-te à criança antes de quereres que ela te escute e colabore contigo.
Quando mais pedires a sua colaboração em vez de ordenares tarefas, mais natural será a própria iniciativa e colaboração da criança à medida que faz crescendo
Logo, começa desde cedo a mostrar-lhe que contas com ela e que valorizas o esforço que ela faz, mesmo que não faça as coisas a 100 por cento como tu precisas que seja. – Plantas para mais tarde recolheres os frutos – Lembra-te!
As crianças valorizam sim quando lhes explicamos a forma como nos fazem sentir quando não colaboram, quando querem levar a sua avante, quando não nos “ouvem”
Vale a pena sim, respirar fundo e depois conversar sobre os teus sentimentos, as tuas emoções e sobre aquilo que precisavas que a criança tivesse feito e porquê. E certifica-te que quando falares, falas com o coração e com assertividade (diferente de autoridade).
Lembra-te que a crianças que estão sobre um regime de obediência e não de cooperação, tornam-se adultos mais inseguros e que têm mais dificuldade em tomar decisões, em ter espírito de iniciativa pois foram educados para seguir ordens, não para cooperar com aquilo que achavam ou sentiam.
Então, queres colaboração ou obediência?
Este artigo foi útil para si?