Escola lá fora: aprender na floresta, em Portugal - Pumpkin.pt

Escola lá fora: aprender na floresta, em Portugal

escola lá fora: florest school em Portugal

Estão abertas as inscrições para a Escola Lá Fora em Lisboa, Almada e Ericeira – Ano Letivo 2024/2025. Conheçam o seu processo de adaptação e integração das crianças e os benefícios do modelo Forest School.

O ano letivo 2024/2025 está prestes a começar, mas ainda podem inscrever as vossas crianças na Escola Lá Fora em Lisboa, Almada e Ericeira, que oferece Atividades Forest School a tempo inteiro para crianças dos 3 aos 6 anos.

Podem marcar uma visita por whatsapp e fazer a vossa inscrição para este ano letivo e para outras atividades da Escola Lá Fora.

Entretanto, saibam mais sobre o seu processo de adaptação e integração das crianças, sobre o modelo da Forest School, os seus benefícios, e onde podem encontrar a Escola Lá Fora em Portugal.

Adaptação e integração das crianças

Ana Galvão, Diretora Executiva e Pedagógica partilha: “Na Escola Lá Fora, queremos respeitar o ritmo de cada criança e da sua família. Sabemos que, na generalidade, as crianças passam por algumas etapas no processo de adaptação, mas cada uma ao seu ritmo.

Numa primeira fase, acreditamos que as crianças necessitam de reconhecer o espaço como um local seguro. Nesta fase, a criança deverá ser acompanhada por um elemento de referência como a mãe/pai ou outro cuidador. À medida que a criança vai criando confiança, por norma, vai-se apropriando do espaço e, gradualmente, ganhando mais autonomia.

A ideia é que consiga também criar momento de interação com os adultos que acompanham o grupo, que vão estabelecendo relação com a criança, respeitando sempre o seu tempo. 

Acreditamos que a primeira separação deve ser feita apenas após esta fase, quando a criança já tem alguma segurança no espaço e um adulto de referência a quem que pode recorrer. Este momento deve ser feito inicialmente por períodos curtos de tempo e combinando sempre previamente com um dos adultos do grupo, para que possam agir conjuntamente de forma alinhada e coerente.

O que sabemos é que este processo para algumas crianças pode demorar um mês, para outras pode demorar um, dois ou três dias, vai depender das características de cada criança e da confiança e tranquilidade que lhe é passada. 

As famílias são elementos essenciais neste processo, sendo muito importante favorecer canais de comunicação abertos entre a escola e a família, promovendo um trabalho conjunto. Esta é uma fase difícil do ponto de vista emocional para muitas famílias e é importante que a escola esteja disponível para acolher as suas preocupações de uma forma empática e compreensiva.”

“Do ponto de vista emocional, as adaptações tranquilas são o “segredo” para uma feliz permanência na escola. Quando a criança percebe que a família confia naquela equipa e naquele espaço, haverá uma transição facilitada para um contexto que, apesar de inicialmente ser desconhecido, será visto como local de pertença e de afetos.” – explica a Diretora Executiva Ana Passos e Sousa.

“O facto de as famílias serem convidadas a participar ativamente neste processo de adaptação, vai ser promovido o estabelecimento de uma relação de confiança entre a criança, a família e a escola.

Esta participação é vista como um processo de autonomização apoiada, em que o fim último é que a criança crie relações positivas e de segurança neste novo contexto que a acolhe. “

Aprender na floresta? Já se faz em Portugal

Na Escandinávia, nos anos 1950, havia uma grande falta de estabelecimentos de educação pré-escolar. Para resolver o problema, começaram a surgir iniciativas que privilegiassem o ar livre e não precisassem de instalações físicas.

O primeiro registo é do “Jardim Infantil em Movimento”, criado por Ella Flatau na Dinamarca, em que as crianças faziam caminhadas diárias na floresta.

Eram os primórdios do modelo Forest School. Uns anos depois, já era habitual as escolas levarem as crianças para a natureza e nas décadas de 1970 e 1980, já existiam escolas da floresta por toda a Escandinávia.

Foi aí que o modelo pedagógico Forest School se tornou tão popular que começou a ser exportado para outros países. O primeiro foi o Reino Unido, onde surgiu nos anos 1990 como uma alternativa ao modelo educativo estruturado existente.

O que acontece na floresta?

Numa escola que siga o modelo pedagógico Forest School, as crianças são encorajadas a explorar a natureza e a adquirir uma série de competências práticas associadas a todos os seus níveis de desenvolvimento.

O objetivo é que tenham um desenvolvimento holístico, ou seja, que se aborde todas as partes do seu desenvolvimento, de uma forma integrada.

Assim, quando se fala em “Forest School”, está-se a falar de um local específico – uma floresta, uma mata, um pedaço de natureza. Mas este não é o único elemento que caracteriza este modelo. Na verdade, inclui muito mais!

Caracteriza-se também por ser um compromisso a longo prazo que deve abranger as quatro estações do ano, em que as crianças exploram a gerem riscos. Além disso, é uma abordagem focada na individualidade da criança que dá uma grande importância à exploração e à brincadeira.

Uma infância lá fora

Na floresta, as crianças são encorajadas a refletir sobre as suas ações, em como tudo funciona e como as coisas estão relacionadas. Isto é muito útil para que se venham a tornar adultos resilientes, confiantes, independentes e ativos, com um forte desenvolvimento físico, social, cognitivo, linguístico, emocional.

Este é o “pacote base” da aprendizagem Forest School. Mas há mais. Por último, mas não menos importante, existe a oportunidade de correr riscos, que permite o desenvolvimento da motivação inata das crianças e de atitudes positivas. Isto é feito através de desafios motores e de ferramentas apropriadas.

Competências

Mas o que se aprende? Ensinam-se várias competências. Disponibilizam-se materiais naturais e disponibilizam-se orientações, enquanto a criança é encorajada a escolher o seu próprio rumo.

Estas competências incluem, por exemplo, a construção e utilização de ferramentas. Uma atividade que aconteça tipicamente numa Forest School seria, por exemplo, a construção de um abrigo. Isto requer destreza, pensamento crítico e muito trabalho em equipa!

É à medida que as crianças aprendem a gerir estas competências que vão aprendendo a correr riscos em segurança e isto é essencial para que possam ter um desenvolvimento positivo durante a adolescência.

Ligação à natureza

Além destas competências, desenvolve-se uma consciência social, ao ensinar as crianças a cuidar e a proteger o mundo natural. Esta ligação profunda com o meio natural é criada através de atividades sensoriais que a natureza promove naturalmente, como a brincadeira com a terra e a lama.

Algumas atividades típicas de uma Forest School:

  • Desafios motores, como a subida às árvores e os baloiços construídos com cordas
  • Atividades sensoriais como a cozinha de lama
  • Transformação criativa de materiais naturais, recorrendo ao uso de ferramentas
  • Construção de abrigos com muito trabalho de equipa
  • Atividades de reconhecimento da natureza
  • Jogos de grupo
  • Muita brincadeira livre recorrendo a materiais não estruturados, como lençóis e cartão.

Testemunho:

É desconcertante como num país com o número de dias de sol e um clima tão favorável e ameno, as nossas crianças estejam entre as que passam menos tempo ao ar livre ao longo de todo o ano. Não é possível desenvolver todo o potencial de exploração, curiosidade e até do ponto de vista fisiológico, em aspetos como o sono, por exemplo, sem deixarmos que as nossas crianças contactem com os elementos naturais, com o mundo externo.

Na minha perspetiva, a Escola Lá Fora alia tudo o que uma escola deve oferecer aos pais na primeira infância: um projeto pedagógico centrado na criança, ligações afetivas fortes e seguras e a mais-valia de oferecer às crianças aquilo que elas vêm preparadas para receber: o mundo inteiro para explorar.

Constança Cordeiro Ferreira, Centro do Bebé

Escola Lá Fora em Portugal

Escola Lá Fora Lisboa

Onde fica: Situada na zona de floresta do Parque Quinta das Conchas, esta foi a primeira Escola Lá Fora.

Atividades: Aprender Lá Fora (frequência a tempo inteiro para idade pré-escolar), Explorar Lá Fora (atividades extracurriculares para 3-12 anos), Bebés Lá Fora (playgroups para bebés 0-3 anos acompanhados por um cuidados), Férias Lá Fora (atividades durante as pausas letivas para 3-12 anos).

Horário: 8:30 – 17:00

Idiomas: acolhemos crianças de todos os idiomas, falamos maioritariamente português

Escola Lá Fora Almada

Onde fica: Floresta privada situada no Seminário de S. Paulo junto ao Cristo Rei, com uma vista privilegiada sobre o Tejo.

Atividades: Aprender Lá Fora (frequência a tempo inteiro para idade pré-escolar), Explorar Lá Fora (atividades extracurriculares para 3-12 anos), Bebés Lá Fora (playgroups para bebés 0-3 anos acompanhados por um cuidados), Férias Lá Fora (atividades durante as pausas letivas para 3-12 anos), Sábados Lá Fora (atividades de fim de semana para 0-8 anos) e Festas Lá Fora (organização de festas de aniversário para todas as idades)

Horário: 8:30 – 17:00

Idiomas: acolhemos crianças de todos os idiomas, falamos maioritariamente português

Escola Lá Fora Ericeira

Onde fica: Floresta com cheiro a maresia situada em S. João das Lampas, próximo da Praia de S. Julião.

Atividades: Aprender Lá Fora (frequência a tempo inteiro para idade pré-escolar), Férias Lá Fora (atividades durante as pausas letivas para 3-12 anos)

Horário: 9.00 – 17:00

Idiomas: acolhemos crianças de todos os idiomas, falamos maioritariamente inglês

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