Cada um de nós consome uma média de 20 kg de pescado por ano – quase o dobro de há 50 anos atrás. Seria difícil imaginar as nossas dietas sem pescado e a procura global continua a aumentar.
Para satisfazer o nosso apetite, estamos a apanhar mais pescado do que o oceano pode produzir.
Chegámos a um ponto onde os ecossistemas marinhos e muitas comunidades locais – especialmente em países em desenvolvimento – estão em risco. A sobrepesca tornou-se a segunda maior ameaça para os nossos oceanos, depois das alterações climáticas, e brevemente poderá não haver mais peixe para pescar, produzir ou comer.
Felizmente, podemos travar a pesca não sustentável. Mas precisamos da sua ajuda.
A dura realidade
– 31% dos stocks globais de peixe estão sobreexplorados.
– Em 2014, os países mediterrânicos da UE importaram cerca de 85% do pescado que consumiram.
– A pesca ilegal, não declarada e não regulamentada em breve poderá chegar até aos 26 milhões de toneladas, mais de 30% da captura anual total do mundo.
A União Europeia é o principal importador mundial de pescado, mais de metade é importado de países asiáticos, africanos e outros em desenvolvimento, onde muitas comunidades locais dependem da pesca para sobreviver. O peixe e o marisco são as mercadorias mais comercializadas globalmente.
800 milhões de pessoas dependem do peixe como fonte de nutrição e de rendimento para as suas famílias. A maioria destas pessoas vivem em países em desenvolvimento.
Estamos todos ligados e juntos podemos fazer a diferença.
Numa economia global, as nossas escolhas diárias de pescado têm um enorme impacto sobre os recursos marinhos e sobre as pessoas do outro lado do mundo. A sobrepesca, para satisfazer uma procura crescente, é uma grande ameaça e os governos e o sector da pesca estão a trabalhar para combatê-la.
Entretanto, como consumidor, não tem que abrir mão de umas sardinhas assadas.
O que pode fazer é garantir que apoia o pescado sustentável, que é capturado de forma a ter menor impacto sobre os recursos marinhos e sobre as pessoas que destes dependem.
Veja como pode fazer a diferença:
– Compre pescado certificado.
Procure por MSC ou ASC ou marcas biológicas que indicam que o seu peixe tem certificados responsáveis e que provém de uma pesca ou aquicultura sustentável.
– Não coma peixe ‘bebé’.
Um peixe abaixo de um determinado tamanho ainda não é adulto, e não terá tido tempo para se reproduzir. Verifique se está a comprar peixes adultos. Ao fazê-lo está a ajudar a repor os produtos pescados nos mares.
– Verifique as etiquetas.
Na UE tem o direito legal de saber o nome completo do produto que está a comprar, de onde vem, se ele foi capturado ou produzido e como, e se é fresco ou congelado. Se não estiver visível, pergunte. Se não for possível obter as respostas, não compre.
– Diversidade de sabores.
A diversidade no consumo de produtos do mar garante uma pressão mais equilibrada sobre os recursos marinhos. A biodiversidade torna os ecossistemas mais fortes. Diversificar o seu consumo pode ser divertido e ajuda os oceanos!
Cada peixe tem a sua história. Neste guia, você vai aprender alguns dos fatos e histórias escondidas por detrás do seu prato e como escolher o seu pescado. Vai inspirar-se. E, finalmente, vai ficar a saber quais os produtos vindos do mar que a WWF recomenda. A Pumpkin associa-se a esta causa e vai partilhar, todos os meses, receitas deliciosas e recomendações para que a sua família proteja os oceanos! 🙂
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