A minha criança vai ter um telemóvel. O que fazer? - Pumpkin.pt

A minha criança vai ter um telemóvel. O que fazer?

Dar um telemóvel à sua criança pode ser um desafio, mas temos algumas dicas para tornar a experiência divertida e, acima de tudo, segura!

Não há uma idade certa para oferecer ao vosso filho um telemóvel novo. A resposta depende única e exclusivamente das necessidades e vivências de cada família. Contudo, muitos pais optam pela entrada no 5º ano para oferecer o aparelho às suas crianças, uma vez que com 10 anos os pequenos já têm algumas noções de responsabilidade e autonomia.

Não há dúvida de que ter um telemóvel oferece múltiplos benefícios à criançada, como o acesso a materiais educativos e a ligação a amigos e familiares. Numa perspetiva mais lúdica, podem ver as suas séries e vídeos preferidos, e jogar tamém.

Podemos ponderar vários aspectos na escolha de um telemóvel para a nossa criança, mas é mesmo muito importante preparar quer o equipamento, quer a nossa criança, para a proteger e lhe dar as melhores ferramentas nesta nova etapa tecnológica da sua vida.

Prontos para saber o que fazer quando se oferece um telemóvel novo às crianças – principalmente pela primeira vez? Vejam as nossas dicas e confirmem que fizeram os pontinhos todos do checklist:

Preparar o telemóvel novo para as crianças o utilizarem:

Proteger e prevenir é o melhor remédio

Garantam que o telemóvel é equipado com aplicações de controlo parental, que vos permitem bloquear conteúdos e páginas indesejadas, aprovar a instalação de qualquer aplicação, definir o limite horário de utilização do telemóvel e das várias aplicações, entre outras medidas de segurança que vos deixarão mais tranquilos.

Existem diferentes opções de aplicações de controlo parental, mas nós utilizámos o Family Link, da Google, que preenche todos os requisitos de um bom sistema de controlo parental, protegendo ainda o equipamento de potenciais vírus.

É útil também garantir que o telemóvel tem a localização ativada, caso a criança o perca ou seja assaltada.

Temos ainda duas sugestões nascidas da experiência de utilização das nossas abobrinhas:

  • Garantam que os dados mais importantes – como os contactos, mensagens e fotografias – serão guardados de forma segura e poderão ser recuperados da cloud, no caso de o telemóvel se partir.
  • Equipem o telemóvel com uma capa e um vidro protetor de ecrã ainda antes de o entregarem à criança. É um investimento que vale mesmo a pena.

Aplicações úteis e lúdicas

Instalem todas as aplicações que lhes vão fazer falta e todas aquelas a que eles não resistem – não se preocupem, eles contam-vos quais são.

Dentro das que são úteis conta-se o Whatsapp, essencial para a criança se manter em contacto com os colegas para tirar dúvidas sobre os TPCs, e para conversar nos grupos dos amigos, da família e dos colegas do futebol, ténis, ou do ATL.

Aproveitem a deixa para incluir outras aplicações divertidas e pedagógicas, como a Multipli Minute para treinar a tabuada, ou a ubbu, que ensina programação de forma divertida e intuitiva.

Não se esqueçam de alterar as definições das aplicações Google para que os controlos parentais da Pesquisa Google Youtube e Play Store sejam eficazes. É importante que os controlos sejam aplicados e que a idade da criança esteja definida para que só apareçam conteúdos adequados à sua idade.

Preparar as crianças para utilizar um telemóvel novo:

É fundamental preparar as crianças para melhor saberem utilizar o seu telemóvel novo.

Primeiro, ensinem a vossa abobrinha a usar o telemóvel. Apesar de, naturalmente, as crianças estarem familiarizadas com os aparelhos, é importante saberem utilizá-los como meios de comunicação, para além de conhecerem o seu funcionamento como consolas de jogos e mini-televisões.

Façam questão de lhes mostrar como podem contactar a família ou uma linha de emergência. Sublinhem também que a etiqueta é importante: as conversas devem ter principio, meio e fim, e não se deve desligar o telemóvel na cara das pessoas.

Podem até experimentar ensaiar com a família mais próxima: é surpreendente o número de crianças – e adultos… – que não se mostram confortáveis a conversar ao telefone.

Relativamente à recepção de chamadas, importa relembrar as crianças que devem apenas atender as chamadas cujo remetente seja conhecido, nomeadamente o pai ou a mãe. Ou seja, números que surjam no ecrã sem um nome associado, ou chamadas com a indicação de “Número Desconhecido”, são para rejeitar. Garantam que os contactos de familiares e amigos estão convenientemente salvos na memória do telemóvel.

Na comunicação com mensagens de texto, expliquem-lhes que deverão respeitar quem vai ler a mensagem, usando uma linguagem educada, tendo inclusivamente consciência de que conversas privadas podem ser tornadas públicas.

Além disso, deverão enviar e responder a mensagens apenas para números identificados de pessoas que conhecem.

É importante explicar que na comunicação escrita pode haver falhas de compreensão de parte a parte, pelo que a intenção de quem escreve podem não ser clara para quem lê. Isto é particularmente importante em conversas em grupo, que rapidamente se podem descontrolar.

Por tudo isto, importa que eles saibam o quão importante é pensar muito bem antes de enviar qualquer mensagem – em caso de dúvida, não enviem. E lembrem-se: qualquer partilha na internet fica para sempre na internet.

Relativamente à utilização de câmara fotográfica, expliquem que devem sempre pedir autorização para tirar e usar fotografias de outras pessoas e locais. Tenham cuidado com a partilha de imagens, o seu teor e destinatário. É importante cultivar-lhes a consciência de que estas podem mais tarde vir a ser partilhadas com terceiros, ou publicadas em sites públicos e redes sociais sem a sua autorização.

Questões referentes aos momentos de utilização do telemóvel (por exemplo, será pouco adequado estar a trocar mensagens durante o jantar em família, durante uma aula ou durante o horário de estudo diário), tempos de utilização e ao orçamento para consumos, são fundamentais serem também previamente acordadas.

E aqui, relativamente a quando utilizar o telemóvel, não se esqueçam de que somos um modelo para as crianças – e elas não falham em recordar-nos disso mesmo.

Em nossa casa, por exemplo, não usamos telemóveis à mesa e limitamos o tempo das crianças nos ecrãs a um máximo de uma hora por dia, durante a escola, e duas a três nas férias intermináveis de Verão.

Se precisarem de mais ideias, vejam estratégias para incentivar a uma melhor utilização da tecnologia por parte das abobrinhas – e de toda a família! -, e também formas de gerir a utilização de ecrãs em tempos cada vez mais tecnológicos.

O cuidado com as redes sociais é imperativo: alertem-nos para os perigos da internet, nomeadamente o cyberbullying, e estejam atentos aos conteúdos que a criança consome e às pessoas com quem conversa.

Relembramos, a este propósito, que, numa lei aprovada em 2019 na sequência da aplicação do RGPD, fica expressamente proibido que crianças com menos de 13 anos utilizem redes sociais.

Ou seja, a legislatura fixa os 13 anos como idade mínima para que uma criança possa prestar o seu consentimento livre, específico, informado e explícito para tratamento de dados pessoais sem exigência de consentimento dos pais ou representantes legais.

Para além de todas estas questões, e considerando que as crianças e adolescentes passam grande parte do seu dia na escola, é fundamental que pais e filhos conheçam e respeitem as regras de utilização de telemóveis no contexto escolar.

Depois de tudo pronto e com crianças preparadas para voar com o seu telemóvel novo, não deixem de lhes abrir os horizontes, dentro e fora do ecrã.

Tudo sobre o Regresso às Aulas 2024:

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