Pumpkin tem o enorme prazer de contar com as sugestões de leitura em família recomendadas por Sofia Baltazar KnapiÄ.
Desta vez, e a propósito do Carnaval ela sugere-nos o livro Adelaide de Tomi Ungerer.
Saiba mais sobre a Sofia e conheça todas as atividades que ela propõe.
“Adelaide”, de Tomi Ungerer, Preço médio: 13 euros
Os pais de Adelaide ficaram espantados
quando viram que a sua filha tinha asas.
À medida que Adelaide crescia,
as asas tornavam-se cada vez maiores.
Depressa aprendeu a voar
Lembrei-me deste livro a propósito das ideias insólitas que alguns miúdos têm para serem mascarados. As exigências de cada um. As Minnies que têm de ser cor-de-rosa, os cabelos que têm mesmo de ser castanhos e compridos, ou com tranças fininhas, as calças que têm mesmo de ser de bolas cor-de-rosa e violeta, um dragão tem mesmo de deitar fogo pela boca, ou a Branca de Neve que tem mesmo de passar o dia a comer maçãs, o crocodilo que tem de ser de um verde mais claro, um cão que não pode ser dálmata, ou um urso que tem de ser polar! O Carnaval dá trabalho, mas é uma grande alegria, uma grande festa, onde cada um pode ser aquilo que realmente quer. Esta história é isso mesmo.
E se um dia um canguru nascesse com asas? E se, com o tempo, aprendesse a voar? – com a canguru Adelaide foi assim. Um dia, deu às asas e partiu para longe, à descoberta do mundo. Apaixonada pelos pássaros e pelos aviões, deixa-se levar com um piloto pelo mundo e aterra em Paris. Passeia, conhece e admira-se, surpreende e assusta-se, mas não se deixa intimidar. Vira artista de circo, torna-se heroína ao salvar duas crianças do fogo e, no fim, encontra o amor noutro canguru que vive no Jardim Zoológico.
Tomi Ungerer humaniza mais uma vez um animal, como em Crictor, obra na qual foi capaz de transformar uma serpente num adorável animal de estimação de uma velhinha. Faz-nos pensar que podemos ser quem realmente queremos e que, se seguirmos os nossos sonhos, se largarmos a base e voarmos bem alto, podemos encontrar o amor e a felicidade. Mas ainda é preciso sabermos ultrapassar as diferenças com que nascemos e que nos tornam únicos e, por isso, especiais.
Um colorido simples, em tons claros e suaves, onde a protagonista se destaca sempre, com as suas asas grandes que a levam aos mais altos voos verdadeiros, mas, mais importante ainda, pessoais e interiores, sabendo no fim que alcança aquilo que um dia a fez largar o sítio onde crescera, onde fora amada e compreendida: a família. Uma história bem actual, para aqueles que deixam os seu países de origem para serem aquilo que realmente acham que conseguem ser e para fazerem mais e melhor.
E tal como a Adelaide vamos dar asas aos nossos meninos e meninas e deixá-los voar! Asas nos pés ou nas costas, o importante é que cheguem onde desejem. Façam vocês mesmos, com a ajuda dos mais pequenos e voem bem alto.
Podem também fazer a atividade criativa Vamos ganhar asas? no seguimento da história.
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