“Daqui ninguém passa” é uma história de liberdade, de união entre os homens, de luta pela democracia.
Lembram-se da Sara Amado, da prateleira-de-baixo? Primeiro partilhou connosco 10 dicas e rituais para a leitura, e agora traz-nos um livro como sugestão. Este, associado à quinta dica… remete para a base de todas as bibliotecas e leituras: a prateleira!
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5. A Prateleira
Para procurar um livro na prateleira, andamos (de cabeça ora para um lado, ora para o outro) a ler as lombadas. Mas um miúdo que não lê fica reduzido a uma tirinha de cor para identificar o livro. De modo que, de vez em quando, tiramos uns livros para cima do tapete e ouvimos — Olha este livro!
Para ilustrar esta ideia de tirar o livro da prateleira, trago-vos hoje mais um livro obrigatório numa prateleira-de-baixo que se preze: “Daqui ninguém passa”!
Arrisco-me a dizer isto destes 10 livros que me propus aqui escolher, mas este livro é MESMO genial! Falei dele no blog, apaixonadamente, há 3 anos, e continuo a achar tudo, na mesma. E como sabemos que os livros saem rapidamente das montras, aqui o ponho, com grande destaque e com grande atualidade, tal como o continuo a enviar nos pacote™s que mando para o mundo.
“Daqui ninguém passa” é uma história de liberdade, de união entre os homens, de luta pela democracia. E isto tudo passa-se numa brincadeira com o próprio objeto-livro. Poucas palavras e uns marcadores. Um guarda guarda a página da direita. Ninguém lá pode ir, são ordens do general. E a dobra do livro passa a ser a fronteira proibida.
A página da esquerda vai-se enchendo de personagens, mais ou menos conhecidas das crianças e da geração ET (eu, eu!!), a dois pais, que reivindicam duma maneira ou de outra o direito à passagem.
A leitura deste livro é ao mesmo tempo divertidíssima e muito séria: adultos e crianças vibram pelo guarda, pela liberdade, contra o déspota sem sentido.
Este livro, que ganhou o prémio para a Paz Gustav Heinemann, em 2017, um “prémio concedido a livros que encorajem os mais novos a lutar pela coragem moral, a tolerância e os direitos humanos”, trata dum assunto bem sério e importante que é crucial educar desde pequenino: a Paz, hoje e sempre.
A articulação entre texto e imagem é incrível e estes dois mestres portugueses — Isabel Minhós Martins e Bernardo P. Carvalho — constroem este objeto valiosíssimo porque carregado do que é realmente importante e acompanhado da dose certa de humor e da dupla leitura de gerações. Não sei quem gosta mais de ler este livro, se eles, se eu, mas quando sai da prateleira para a cama ou para o tapete é dos tais sobre os quais ouvimos dizer “Olha este livro!…”
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