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Brincar é essencial na infância

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Continuamos a assistir à “adultização” da criança?

Nos últimos tempos tem-se escrito bastante sobre a importância de brincar para o desenvolvimento da criança. Conceição Pereira, do blog Pro Educar, conta-nos a sua visão sobre o tema. 

O brincar que é algo natural da infância, está a ser tratado como algo meramente artificial, comandado e orientado pelos adultos. Continuamos a assistir à “adultização” da criança em busca da sua perfeição.

O que mudou nas crianças ao longo do tempo? Terá sido a visão do adulto a respeito da criança? Ou será que a sociedade competitiva assim o exige ?

Lembro-me de quando era criança e brincava no quintal da minha avó. Uma vezes sozinha, outras com uma amiga que vivia na casa ao lado. Lembro-me como se fosse hoje… tinha tachinhos, pratos, colheres, copos e passava horas a fazer comidas com elementos da natureza (folhas, terra, sementes, pedras, água). Há, também tinha bonecas que adorava despir e vestir. Que delícia!

Naquele tempo não havia pressa, a minha avó estava em casa, não tinha telemóvel, não havia Facebook, Twitter nem instagram, os desenhos animados só davam de manhã e ao fim da tarde. Eu não tinha videojogos ou mil e uma atividades para frequentar. Ao contrário daquele tempo, hoje temos tudo e mais alguma coisa, mas contraditoriamente não temos tempo (seja ele físico ou psicológico) para deixar que as nossas crianças experimentem o verdadeiro sabor do brincar. Temos tudo e não temos nada. Queremos tudo e nada satisfaz. Vivemos hoje o que queremos ser amanhã… e as crianças, mestres em imitar-nos vão seguir o modelo. Será por este motivo que encontramos mais crianças stressadas, mal humoradas, perdidas, frustradas, insatisfeitas… crianças que pela carência de tempo de brincadeira em dose certa, não aprendem a lidar com medos, ansiedades e frustrações? Bruner (1983), refere que a brincadeira livre proporciona à criança a oportunidade […] de atrever-se a pensar, a falar e de ser ela mesma”.

Parece-me que um tema, tão falado, continua a não ter a atenção merecida. Diria mais estamos a assistir a uma desresponsabilização em oferecer às crianças os espaços e tempos propícios a brincadeiras de “verdade”. Estamos sempre a tempo… desde que sejamos capazes de redefinir prioridades e atuar enquanto é tempo.

É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem na sua liberdade de criação.” (Donald Winnicott)

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