“Parque Das Maravilhas” já chegou às salas de cinema portugueses, não o percam!
“Parque Das Maravilhas” conta a história de um magnífico parque de diversões onde a imaginação de June, uma menina muito criativa, ganha vida. Indicado para abobrinhas maiores de 6 anos, este é um filme mágico, encantador e muito divertido.
Nós já vimos o filme e gostámos muito: as personagens são amorosas e a animação muito bem feita, e a história é enternecedora. Tem momentos muito divertidos e outros de deixar lágrimas no canto do olho, com um fim muito feliz.
As familias que viram a antestreia também concordam, é um filme que vale mesmo a pena ver.
Falámos com Nuno Markl, Vasco Palmeirim e Sara Mestre, que deram voz aos personagens na versão portuguesa, e que nos explicaram porque não podemos perder este filme. Ficámos muito curiosos e cheios de vontade de conhecer todas as Maravilhas deste Parque!
A história do filme Parque das Maravilhas tem uma mensagem muito especial
O “Parque das Maravilhas” nasceu da imaginação de June Bailey e da sua mãe. Este fantástico parque é gerido e animado por alguns animais.
Repentinamente, e com a doença da mãe, o mundo de June altera-se completamente. A Senhora Bailey é internada e a June confronta-se pela primeira vez com a ideia de perda, ficando muito assustada e deprimida, e recusando-se a brincar.
Um dia, depois de vários problemas e algumas peripécias, June entra numa cabine de uma montanha-russa e é transportada para o verdadeiro Parque das Maravilhas!
Quando chega ao parque, June descobre que os animais estão a viver momentos de puro terror provocados por uma tempestade chamada Escuridão! Muitas coisas assustadoras acontecem então: os peluches de chimpanzé que se vendiam no parque transformam-se em macacos-zombie, por exemplo!
June apresenta-se aos animais e diz que ela e a sua mãe são as responsáveis por criá-los. É recebida com alguma suspeita, mas acaba por provar-lhes que diz a verdade e que sabe tudo sobre cada animal ao dizer-lhes como é que Steve, o porco-espinho, gosta de beber chá.
June lidera então os animais de forma a resolverem todos os problemas e a “livrarem-se” da Escuridão, devolvendo a felicidade ao Parque das Maravilhas.
Um filme para crianças com temas muito adultos
Quando conseguem livrar-se da Escuridão, June olha para o céu apercebe-se de que há uma nuvem que por lá continua.
A menina interpreta o seu significado de uma forma muito bonita e acertada: ainda que a “escuridão” nunca desapareça totalmente, é importante continuarmos imaginativos e felizes. June diz então adeus aos seus amigos animais e regressa ao mundo real.
Ao mesmo tempo que sublinha a importância de nos mantermos optimistas e de acreditarmos sempre em finais felizes, “Parque das Maravilhas” é um filme que mostra às crianças que, às vezes, coisas más acontecem, e que o mais importante é a forma como reagimos a essas adversidades.
A Pumpkin falou com Sara Mestre, a atriz de 14 anos que, na versão portuguesa de “Parque das Maravilhas” dá voz, e uma nova vida, a June.
Apesar da sua tenra idade esta não foi a primeira experiência de Sara na dobragem – e muitas das abobrinhas (e dos pais!) reconhecem-na das músicas d’ “O Mundo de Sara”.
É a própria Sara quem fala da importância de alertar as crianças para algumas destas temáticas mais adultas que o filme aborda.
É um filme muito bonito e muito feliz, que fala de mundos imaginários e em que podemos conhecer um outro lado da vida. Ao mesmo tempo, é muito importante passar a mensagem aos mais pequeninos de que às vezes quando temos um problema e não sabemos o que fazer, basta só pensarmos que vai correr tudo bem e que havemos de dar a volta.
Apesar de se considerar mais “terra a terra” do que June, Sara adora a “aparência muito engraçada e cativante” da sua personagem, e confessa que lhe foi fácil entrar no coração de June.
Quando estou a ver o filme ao mesmo tempo que estou a gravar sinto que estou a viver aquilo que a personagem está a viver, por isso é fácil sentir todas as emoções e transformá-las em voz. Nós temos as falas já feitas mas eu estou a ver o filme no momento e consoante o que estou a sentir ou a ver adapto algumas, dou-lhes um toque pessoal.
Equipa e curiosidades
“Parque das Maravilhas” é um filme de comédia e aventura, em animação, produzido pela Paramount Animation, Nickelodeon Movies e Ilion Animation Studios. O filme é realizado por David Feisse e vai ter “continuação” numa série do Nickelodeon.
Na versão original, o filme conta com as vozes de Matthew Broderick, Jennifer Garner, Jeffrey Tambor, Kenan Thompson, Ken Jeong, Mila Kunis e John Oliver.
Já na versão portuguesa as vozes são de Sara Mestre (June), João Baião (Steve), Filomena Cautela (Greta), Jorge Corrula (Peanut), António Machado (Boomer) e também Vasco Palmeirim e Nuno Markl.
Espreitem o trailer do filme “Parque Das Maravilhas”
Conheçam as personagens de “Parque das Maravilhas”
O Parque das Maravilhas é gerido por vários animais: Boomer, um gigante urso azul que dá as boas-vindas aos visitantes, Greta, uma javali que controla o funcionamento do parque, Steve, um porco-espinho que bebe chá de uma forma muito peculiar, Peanut, um macaco e a grande mascote do Parque das Maravilhas, e dois amorosos e muito divertidos irmãos castores.
A Pumpkin teve também a oportunidade de conversar com Nuno Markl e Vasco Palmeirim, que dão voz a estes dois personagens, sobre o filme.
Vasco: Estes dois castores têm muita energia, são muito proativos e têm muita vontade de ajudar a pequena June a salvar o parque. Eles rrrrroem muita madeira, como diz o Markl (risos), mas nunca com o objetivo de boicotar e sim respeitando os planos iniciais da June.
O processo de dobragem é, ao contrário do que nos diz o pensamento mais óbvio, um trabalho sempre solitário.
Vasco: As gravações não são em grupo: cada um está sozinho num estúdio, mesmo em casos como este em que eu e o Markl somos dois castores que aparecem juntos em todas as cenas. Nunca gravámos juntos. Temos um computador à frente, o filme está dividido em diferentes partes, e só vemos mesmo mesmo as partes em que falamos. Não temos noção do resultado final nem sabemos ao certo o que se passa nas cenas dos nossos colegas até ver o filme no cinema.
Nuno: Eu sou muito geek e sou muito curioso com filmes, portanto costumo estar mais ou menos a par dos filmes que acabo por dobrar. Ainda assim somos surpreendidos porque nunca vemos o filme completo, só as cenas que gravamos e apenas no próprio momento. Só a partir da primeira cena é que percebemos mais ou menos como é que o personagem é – é essa primeira cena que nos permite explorar e experimentar outras coisas. Fazemos tantas dobragens que não há tempo, como num filme, para conhecermos as personagens mais a fundo, fazer outro tipo de preparação.
Vasco: No nosso caso, com estes dois castores, nós entramos pouco, portanto quando formos ver o filme ao cinema vai ser espetacular.
Eu quando vou ao cinema ver a versão final dos filmes a que dou voz fico sempre muito contente, seja eu uma personagem que fale mais ou menos. Porque vês o filme num conjunto, vês o trabalho de toda a gente, e ficas a admirar muito os teus parceiros de dobragem que fizeram trabalhos inacreditáveis…
Nuno: Sim!
Vasco: E é maravilhoso porque aí dá-te quase pena não teres gravado com eles. Ficas a imaginar “como é que terá sido ele a fazer esta fala, a gravar este momento”?”. Mas não gravamos juntos porque tecnicamente é muito difícil, embora neste filme o pudéssemos ter feito. Não há uma cena em que um dos castores esteja sozinho.
Tanto um como outro aguardam na expetativa a estreia de “Parque das Maravilhas”, a 11 de abril. É que este é um filme importante para as crianças por dois motivos: o primeiro, como incentivo à criatividade, e, o segundo, como alerta para uma vida nem sempre tão cor-de-rosa como possamos esperar.
Nuno: É um filme muito preocupado com a ideia de manter viva a imaginação infantil numa era em que cada vez mais tudo nos é servido pronto, em que temos que pensar menos.
Vasco: Quando nós éramos mais miúdos íamos jantar fora e era mágico pedirmos uma caneta para desenhar na mesa, ou jogar à forca ou ao galo, criar uma brincadeira. Hoje em dia há um imediatismo tão fácil, vais ao Youtube ou à Netflix…
Nuno: Os miúdos conseguem entreter-se com muitas coisas e começam a ficar destreinados para esse tipo de pensamento. O meu filho, apesar de adorar videojogos, de vez em quando está horas a desenhar e a criar histórias, tem cadernos enormes repletos, e eu acho isso maravilhoso.
Vasco: Este filme resgata um bocadinho a importância dessa ideia. A essência da June, que tem uma personalidade muito criativa e uma imaginação muito forte, é muito importante porque pode levar os pais a estimular os miúdos a fazer o mesmo, a tentarem criar e imaginar. É um ponto essencial deste filme: a imaginação de uma criança, que se sente muito sozinha, mas que encontra ainda assim formas de brincar. Ao mesmo tempo, quando os problemas, os de cada um e os das nossas famílias, são refletidos nos desenhos animados, podem funcionar como mote para algo mais, pode levar a perguntas.
Nuno: Este filme toca em temas difíceis e eu acho ótimo que isso aconteça. Se pensarmos bem nisso desde sempre que os bons desenhos animados abordam situações dramáticas. A Disney produziu algumas das coisas mais brutais e profundas da nossa infância. Olhem o Bambi e a morte da mãe…
Vasco: E o Gepetto que é comido por uma baleia! (risos)
Nuno: É importante meter as crianças em contacto com a perda e com a ideia de estimar as pessoas com quem estamos. É difícil, claro.
Vasco: Quando levas a criança a fazer a pergunta é sempre mais fácil para o pai explicar do que ser o pai a chegar e dizer: “olha, filho, hoje vamos aqui falar sobre depressão”. Fomentar a dúvida e a curiosidade através do entertenimento – seja num tema pesado ou leve – e levar a criança a chegar-se à frente é muito importante.
Os dois consideram, ainda assim, que este e um filme também para os pais, e convidam as Famílias Pumpkin a mergulhar de cabeça neste “Parque das Maravilhas”.
Nuno: Os pais vão de facto ficar entretidos com esta história. Muitas vezes há pais que acham que é um frete ir ver os filmes quando na verdade a animação é feita para agradar os pais também.
Vasco: Quando vou às antestreias dos filmes não vou apenas ouvir-me e avaliar o meu trabalho, também vou porque sei que vou divertir-me com o filme.
Nuno: É muito giro porque há piadas e falas que são mesmo feitas para os adultos. Os filmes crescem connosco e vemo-los de forma diferente na infância e agora.
Os dois são pais: Pedro, o filho de Nuno Markl, tem nove anos, e Tomás, o filho de Vasco Palmeirim, tem três. Tomás ainda não tem capacidade de atenção o suficiente para ver um filme de animação completo, embora seja fã de desenhos animados (em particular d’A Masha e do Urso). Já Pedro é um fã ferveroso da Marvel.
Os atores acreditam que os desenhos animados são formas de educar as crianças e de lhes abrir mundo. Ambos os universos já permitiram às duas crianças processar emoções, entender novos conceitos, como os da saudade quando alguém de quem gostamos vai embora, ou as motivações por detrás de uma guerra. Em comum têm também o entusiasmo com que já encaram o trabalho dos pais.
Nuno: O Pedro gosta muito de me ouvir dar voz a desenhos animados: ele adorou, por exemplo, que eu tivesse feito de Super-Homem no filme do Lego 2! Andava a gritá-lo aos 4 ventos.
Quando comecei a fazer dobragens, há muitos anos, não imaginava que ia ter filhos. Na altura sentia-me demasiado filho para pensar em ser pai. Adorava fazer dobragens, dava-me gozo e adorava que muitas crianças fossem ver os filmes, mas não sentia grande apelo em ver os meus trabalhos. Ia ver as versões originais quando os filmes estreavam, sentia-me quase um traidor. Quando fui pai voltei a ver os filmes dobrados e uma das coisas que mais feliz me deixa é ver as reações dele a estas versões em que participo. Foi interessante sentir essa mudança ao longo do meu trabalho.
Vasco: O Tomás ainda encara como uma espécie de feitiçaria os bonecos falarem com a voz do pai (risos). No outro dia mostrei-lhe qualquer coisa no Youtube com a minha voz e disse-lhe que era o papá que estava a falar. Ontem gravei o novo trailer para o filme dos Angry Birds e quando o vou buscar à escola pergunto-lhe como foi o dia dele e conto-lhe o meu. “Olha, o papá foi à rádio e depois fui gravar um filme”. Ele perguntou-me: “Um filme, papá? De quê?” Eu disse que de desenhos animados e ele volta a perguntar. “E fazes de quê, papá?”. Ainda estávamos na escola e eu disse-lhe que era um pássaro. O Tomás começa aos gritos para toda a gente ouvir: “oO meu pai é um pássaro vermelho!” (risos).
Está a chegar à idade em que percebe que o pai pode dar a voz a desenhos animados e estou muito curioso também para ver como vai reagir quando daqui a mais 6 meses, talvez um ano, lhe começar a mostrar os meus filmes. Ele não vai ainda ver este, mas como tu também dás voz (vira-se para Markl), esquece, vamos ter serões e serões a ver o Parque das Maravilhas para ver o filme do papá e do padrinho”.
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