Numa cidade em que o betão destruiu todos os jardins, descobre o valor de parar, brincar e sentir no Jardim Secreto da D. Jacinta.
E se um dia os jardins fossem proibidos? E se fosse também proibido ter plantas em casa?
Esta peça fala-nos de uma cidade onde facilmente se encontrava um jardim para brincar, descansar e sonhar. Havia tempo para tudo: para trabalhar, conviver, passear ou, simplesmente, parar.
Um dia os jardins foram substituídos por prédios, estradas e centros comerciais, uma vez que é nesses sítios que se fazem coisas úteis para a economia (dizem que é uma coisa que serve para termos uma vida melhor). E com tantas coisas úteis para fazer, parece que o tempo já não chega para nada.
Mas esta também é a história de como alguém pode escolher parar e olhar, parar e sentir. Alguém que sabe que brincar num jardim, conversar com uma pessoa amiga, ler um livro à sombra de uma árvore e contemplar o pôr-do-sol fazem parte da lista das coisas mais úteis que existem: aquelas que não enchem os bolsos de dinheiro, mas que enchem a vida de cor e sentido.
Após a sua criação original em 2012, Inês Tarouca estreou em 2021 uma reinterpretação do seu espectáculo “O Jardim Secreto da D. Jacinta” que vai estar de 25 de maio a 7 de junho de 2023 no Centro Cultural de Belém.
O Jardim Secreto da D. Jacinta
Nesta cidade os jardins foram substituídos por prédios, estradas e centros comerciais, pois é onde se fazem coisas úteis para a Economia. E com tantas coisas úteis que há para fazer, parece que o tempo já não chega para nada. Mas esta também é a história de como alguém pode escolher parar e sentir.
Alguém que sabe que brincar num jardim, conversar com um amigo e contemplar o pôr-do-sol fazem parte das coisas mais úteis que existem: as que não enchem os bolsos de dinheiro, mas enchem a vida de cor e sentido.
Inspirada no conto “O Jardim Secreto do Sr. Jacinto”, de Manuel Ruas Moreira, “O Jardim Secreto da D. Jacinta” é uma adaptação teatral que conta a história de duas personagens principais: um rapaz chamado André e uma senhora idosa chamada Jacinta, e de como estes desenvolvem uma amizade improvável.
Num universo distópico em que as plantas foram proibidas no espaço público e privado por questões económicas pouco transparentes aos seus cidadãos, estas e outras personagens deparam-se com os efeitos de uma sociedade cada vez mais mecanizada para o lucro e para o consumismo, e em que as relações humanas se deterioram na mesma proporção que se deteriora a relação do ser humano com o mundo natural e com a sua própria necessidade de um tempo sem hora marcada para estar com os outros e consigo mesmo.
Para além destes dois protagonistas, na peça existem mais 8 personagens: o pai do André, a mãe do André, uma vizinha queixosa, um vizinho pseudointelectual, o político, a jornalista, e dois narradores. O espaço cénico é um elemento com uma enorme importância no desenrolar deste espetáculo, quase como uma outra personagem, pois é a sua constante metamorfose fundida com a ação que transporta o público pelos vários espaços simbólicos deste universo.
Pela mão dos dois atores, os elementos cénicos vão sendo manipulados e movimentados de uma forma deliberada e coreografada, de acordo com a dramaturgia escolhida. Alternando entre o papel de narradores, construtores de cenário e personagens integradas na trama, os dois atores assumem-se como veículos da multiplicidade e tridimensionalidade das situações encenadas, essenciais à imersão que se pretende proporcionar ao público.
Informações gerais
Datas: 5 a 20 de novembro.
- Terça a sexta às 10h30
- Sábados às 16h
- Domingos às 11h.
Todas as informações aqui.
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