De 29 de abril a 14 de maio a Companhia Nacional de Bailado homenageia o compositor Stravinski percorrendo obras maiores que são exemplo da sua genialidade.
O compositor Igor Stravinski (1882-1971) é um dos nomes maiores da música do século XX. Neste programa, a Companhia Nacional de Bailado homenageia o compositor que tanto contribuiu para o desenvolvimento da música do século XX, bem como para a dança, pela forma como inspirou artistas, coreógrafos, intérpretes e o público. Através de coreografias de Vaslav Nijinski e Mauro Bigonzetti, percorrerão obras maiores que são exemplo da sua genialidade.
Igor Stravinski estudou direito e piano, antes de se dedicar por inteiro à composição. Mestre nas distorções, do vocabulário e princípios do sistema tonal, as suas obras, tão geniais quanto perturbadoras, tornaram-se referências em bailados, óperas, oratórias, concertos, sinfonias, entre outros.
O início da sua carreira está intimamente ligado aos Ballets Russes de Diaghilev, Companhia para a qual compôs algumas das suas peças para dança mais conhecidas, como O Pássaro de Fogo, Petrouska, a Sagração da Primavera, As Bodas ou Apollon Mousagette. Trabalhou ainda de perto com o coreógrafo George Balanchine com quem estabeleceu uma cumplicidade maior através de um diálogo artístico constante.
Noite Stravinski
A Noite Stravinski inclui três obras com composição de Igor Stravinski e coreografias de Vaslav Nijinski e Mauro Bigonzetti: As Bodas, que teve estreia em Reggio Emilia, Itália, Aterballetto, 2002, Intermezzo, que estreou também em Reggio Emilie, Itália, e A Sagração da Primavera, que teve a sua estreia mundial em Paris, França, Théâtre des Champs-Élysées, 29 de maio de 1913.
As Bodas
As Bodas é um bailado abstracto e formal com movimentos precisos e rígidos que dão à peça um aspecto quase “estatuístico”. Nele explora-se uma visão académica e estética da beleza.
Intermezzo
Criada para um pequeno número de casais, a Suite Italienne é um ballet “concencertante”. O termo “concencertante” é utilizado no seu significado literal: entidades individuais, que respiram independentemente, desenvolvem-se e invadem-se umas às outras graças à contínua troca de temas que surgem e, consequentemente, trazem consigo uma harmonia contínua.
A Sagração da Primavera
A estreia de A Sagração da Primavera, a 29 de maio de 1913, provocou um dos maiores escândalos de que há memória na estreia de um espetáculo.
Tanto a partitura como a própria coreografia, que foi desenvolvida sobre a música, representaram uma ruptura com os cânones anteriores.
Toda a obra era uma novidade para o público, o que provocou não só opiniões divergentes como um verdadeiro tumulto dentro do Théâtre des Champs-Elysées. Gritos, discussões, uivos e até troca de murros são descritos por muitos dos que assistiram a esta estreia tão peculiar.
Consta que o barulho produzido por estes tumultos era tanto que os próprios bailarinos tiveram dificuldade em ouvir a música. Esta reação ao espetáculo teve uma dimensão tão grande que a polícia foi chamada a intervir.
Adorada por uns, repudiada por outros, acabaria por ser retirada do repertório dos Ballets Russes de Diaghilev e, consequentemente, remetida ao esquecimento.
Com um libreto desenvolvido por Igor Stravinski e Nicholas Roerich e inspirado na cultura eslava pagã, A Sagração da Primavera evoca um ritual de culto a Yaralo, deus da fecundidade eslavo. Esta obra, que não segue uma estrutura narrativa, divide-se em dois atos: A adoração da terra e O Sacrifício.
No primeiro ato, diferentes grupos de homens e mulheres praticam rituais, através de movimentos ritmados e dinâmicos. Todos eles representam diferentes grupos etários (adolescentes, jovens, adultos) de uma comunidade.
No segundo ato, um grupo de donzelas dança num círculo ininterrupto. A primeira a vacilar deverá sacrificar-se pela sua comunidade, dançando até à morte.
Apesar de renegada e esquecida, A Sagração da Primavera, viria a tornar-se um marco da história da dança. Em 1987, e após anos de pesquisa, Millicent Hodson e Keneth Archer estreiam no Joffrey Ballet a reconstrução desta obra de Vaslav Nijinski, que se encontrava praticamente perdida e, em 1994, a mesma passa a fazer parte do repertório da CNB.
Noite Stravinski: Datas e Horas
Lisboa, Teatro Camões
Abril 2023
- dias 29 às 18h30
- dias 30 às 16h
Maio 2023
- dias 04, 05, 11 e 12 às 20h
- dias 06 e 13 às 18h30
- dias 07 e 14 às 16h
Maio 2023 – Escolas
- Dia 10 às 15h (escolas)
- Dia 28 abril às 20h
Preçário
- Plateias A, B, C e D: de 15 a 30€
Informações úteis
Classificação etária
M/6
Duração
106 min. aprox. (com intervalo)
Contactos Companhia Nacional de Bailado
Também lhe pode interessar:
- Onde levar os miúdos este fim de semana
- 14 sítios para visitar em Lisboa com miúdos que não podem perder!
- Museus grátis: saiba quais e como ir gratuitamente
- Sítios a visitar com crianças: os favoritos da Pumpkin
- Veja todos os eventos para crianças que vão acontecer este ano!
Este artigo foi útil para si?