A exposição de fotografia Os Trabalhos e os Dias de Leonel de Castro vai estar em exibição de 8 de dezembro a 16 de março
Douro é vinho e fruto arrancado às fragas. É azeite luminoso roubado às oliveiras contorcidas na paisagem, limpo do sangue e suor com que nasceu, porque Douro é também gente, é o somatório das vidas obstinadas dessa gente de trabalho.
O “Reino Maravilhoso” de Torga que Jaime Cortesão explicou: “O mais belo e o mais doloroso monumento ao trabalho do povo português”.
Assim são as terras de Ansiães, também elas Douro, também elas gente.
Povo de trabalho, sem fim nem redenção, em socalcos rasgados à mão e pomares postos no planalto.
Povo a que escapam a crise, a austeridade, a Troika, o país que se arrasta. Nunca este povo viveu de outra maneira.
Cada fotograma fixa a perpétua dor de tirar maravilhas a uma terra que não é oferecida como as lezírias nem extensa como as planícies.
No curto inferno estival e no cortante inverno que parece não ter fim, só do trabalho brotam a vida, as mãos calejadas, o magro provento.
Assim é a gente de Ansiães, ocultos artífices dessa maravilhosa paisagem que Deus ao homem deu para construir.
Como penitência, talvez, como forma de conquistar o Céu, dorido Céu.
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