Vamos partilhar algumas sugestões que poderá adaptar de acordo com o seu grupo, para pausas de 3 a 5 minutos.
Judy Willis, neurocientista e professora, defende que devemos proporcionar pausa de 3 a 5 minutos aos jovens após 20 a 30 minutos de trabalho em sala. Willis chama essas pausa de Brain Breaks e define-as como mudanças planeadas nas actividades de aprendizagem e que visam movimentar diferentes redes do cérebro. É assim possível recuperar o foco, criar momentos de leveza e de humor, bem como trabalhar a memória.
Não são só as crianças ou os jovens que beneficiam destas pausas: creio que nós, as pessoas adultas na sala de aula, também sentimos o mesmo efeito.
Surge a pergunta: que tipo de actividades propor nesses 3 a 5 minutos? Eis algumas sugestões que poderá adaptar de acordo com o seu grupo.
[movimento corporal] Fazer uma pausa que permita algum movimento na sala: levantar-se do lugar e trocar de lugar com alguém. Desenhar e propor um plano de aula que contemple trabalhos em pequenos grupos de 15 a 20 minutos e que impliquem trocar de grupo no final desse tempo.
[animar a sala] Willis sugere ler um pedaço de um texto em voz alta ou até ouvir música durante esses 3 a 5 minutos de pausa. Sugiro que as crianças sejam envolvidas nesse processo: pedir uma pessoa voluntária para a leitura em voz alta e/ou para escolher a música.
[fazer ou não fazer?] este jogo publicado pela The Happy Gang pode ser uma boa escolha para 3 a 5 minutos de pausa, pois convida a pensar em coisas mais ou menos absurdas e a dizer qual a nossa escolha. É uma boa forma de criar momentos de conversa, seja em pequenos grupos ou em grande grupo.
[desafios de mímica] os 52 desafios de mímica à grande e à portuguesa são uma fonte de movimento e de imaginação. Aproveite uma das pausas para tirar um desafio do pote e permitir que a sua sala se deixe envolver pelo jogo.
Julgo que estas actividades também podem fortalecer as relações de confiança entre as professoras e os professores e as crianças e os jovens. Exige confiança e responsabilidade partilhada.
Talvez no princípio possa haver algum caos ou dificuldade em cumprir com o tempo. Recomendo que partilhe com a turma a responsabilidade de cumprir os tempos da pausa, com a ajuda de suportes visuais para indicar o início e o fim da pausa.
Não tenha receio de experimentar diferentes actividades, de usar estas ou de inventar outras.
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joana rita sousa / #filocriatividade
- licenciada em filosofia / MSc Gestão de Recursos Humanos / MSc Filosofia para Crianças
- formadora, consultora e mentora nas áreas da filosofia, da filosofia para / com crianças e jovens e da criatividade
- mediadora da leitura e do diálogo
- docente na Pós-Graduação Filosofia para Crianças e Jovens na Universidade Católica Portuguesa (Lisboa)
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