O pediatra é o médico que vai acompanhar desde cedo o desenvolvimento do bebé e da criança. É, por isso, uma escolha importante!
A Pinhoca dá-nos várias dicas e conselhos a ter em conta para escolher o pediatra para o seus filhos.
Devo começar por escrever que tenho uma relação de amor-ódio com médicos. Não tem que ver com ter medo de ir ou não gostar de ir, tem que ver com ter zero tolerância a médicos sem vocação e pouco competentes.
É daquelas profissões em que sou (mais) exigente para quem está do outro lado e, infelizmente, já me deparei com situações pouco felizes, o que me deixa de pé atrás à partida. Por outro lado, quando um médico bom me aparece pela frente, recomendo-o a toda a gente.
Bem, isto para explicar que o processo de escolha do pediatra começou cedo na gravidez, com pesquisa, perguntas, telefonemas. Se para mim quero o melhor possível, para a minha filha muito mais.
Assim, deixo-vos uma lista de aspectos a ter em conta no processo e escolha do pediatra:
Comecem a vossa demanda ainda durante a gravidez, a partir do terceiro trimestre, pois nem sempre é fácil encontrar algum pediatra que nos pareça bom e conciliar essa opção com as disponibilidades de marcação.
Comecem a fazer uma short-list com alguns nomes/opções: peça a familiares, amigos e colegas nomes de pediatras de referência; faça uma pesquisa dos pediatras que dão consultas num hospital/clínica/consultório da sua confiança/proximidade.
Depois de ter esta lista de pelo menos seis nomes sugiro que façam o que eu fiz: pesquisem na internet pelo nome do pediatra (ex: “Manuel Silva pediatra”).
Queremos ter acesso ao seu CV (normalmente disponível nas páginas dos hospitais privados) e queremos saber que experiência tem e qual a sua especialização dentro da Pediatria (isto pode dar jeito no futuro se detectarmos algum problema relacionado com o sono, a alimentação, o desenvolvimento cognitivo, por exemplo.
Neste ponto em concreto, de análise do CV do pediatra, sugiro que tenha preferência por aqueles que estão ou já estiveram em hospitais públicos (passam-lhes muitos casos pelas mãos).
Após o CV, andar pela internet a pesquisar pelo nome do pediatra dá jeito para se ir parar a fóruns onde há mães a dar a sua opinião e/ou a relatar experiências que tiveram com esses médicos. Obviamente que neste ponto há uma grande dose de subjectividade, sorte e azar (as pessoas são diferentes, têm percepções diferentes e os médicos podem ter dias melhores e outros piores). No entanto, há dicas que podem valer a pena, como mães a referir que já foram ao mesmo pediatra mas em locais diferentes e que o atendimento muda conforme o sítio, por exemplo.
Neste ponto a lista já deve estar mais pequena. O passo seguinte é saber preços e acordos com entidades e seguradoras. A má notícia é que normalmente aqueles pediatras de renome não têm acordos ou já não aceitam primeiras consultas. É aqui que a lista se reduz ainda mais.
O próximo passo é tentar marcar consulta (idealmente nos primeiros 7/15 dias de vida – a não ser que seja necessário ir antes). Se for um pediatra sem agenda e quiser mesmo esse, tente falar com a secretária/assistente e insistir, por vezes resulta.
A consulta em si é um dos momentos mais importantes na escolha: há ou não empatia (diferente de simpatia, atenção), inspira-nos confiança, parece-nos cuidadoso, atento e competente, dá o seu contacto, responde às nossas questões… A primeira pediatra a que fomos foi fruto dessa selecção que andei a fazer e acabámos por mudar.
Ela tem um bom CV, foi simpática, mas… faltou qualquer coisa. Além disso, a consulta era num hospital onde estão imensos miúdos, muita confusão. Mudámos para outra e estamos satisfeitos, a consulta é mais perto de casa e o hospital mais tranquilo. A primeira era mais nova, mais descontraída, esta segunda é “da velha guarda” já com netos. Isto leva-nos ao ponto seguinte.
A meu ver os pediatras podem ser divididos em dois grupos: os mais novos, mais frescos e normalmente mais acessíveis, de trato mais fácil; e os pediatras mais velhos, mais maduros, normalmente já avôs, pertencentes a uma geração anterior e com uma postura geralmente mais reservada, calma.
A minha primeira opção foi para alguém do primeiro grupo e a segunda para alguém do segundo e identifico-me mais com este tipo de pediatras. Transmitem-me mais segurança. Isto depende de cada um, da nossa forma de ser e do tipo de pessoas com quem geramos empatia. Tentem perceber o que preferem.
Se não gostam do pediatra, não tenham problemas em mudar. Insistir numa relação médica quando não há empatia e/ou confiança não nos traz nada de bom. Deixa-nos melindrados, desconfiados, inseguros, com receio de fazer perguntas e de expor as situações. Quem perde são os nossos filhos. Antes de mudar, certifiquem-se que têm convosco a informação necessária para passar a um novo pediatra.
Evitem mudar de pediatra muitas vezes (depois de assentarem). A mudança recorrente afecta a qualidade do acompanhamento médico na medida em que obriga os médicos a começar “do zero”, fazer as perguntas da praxe, os exames rotineiros, não dando tempo a que algumas questões sejam aprofundadas e respectivos diagnósticos, despistes.
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