Visitas na Maternidade? Eu disse "não, obrigada"! - Pumpkin.pt

Visitas na Maternidade? Eu disse “não, obrigada”!

visitas na maternidade

Quando nasce um bebé, toda a gente vai a correr para o hospital. Será mesmo boa ideia?

Receber ou não receber visitas na maternidade? A decisão é quase “polémica”, porque, ainda que pertença a uma esfera extremamente íntima e pessoal, dizer não às visitas ao recém nascido pode ser mal-interpretado ou recebido pela família e amigos dos recém-pais.

Partilhamos a opinião da Susana, do blog A Espuma dos Dias, sobre esta questão: ela disse “não, obrigada”.


Mencionei de passagem no post acerca do nascimento do Simão que eu recusei absolutamente receber visitas na maternidade. Embora não seja obviamente o ideal para toda a gente, gostava de partilhar os meus motivos porque acho mesmo que a maior parte das mulheres nem sequer põe a hipótese de recusar visitas e talvez tivessem uma experiência mais tranquila se o fizessem.

Dois é companhia, três é multidão

Entre mim e o meu marido, temos pelo menos uma dúzia familiares directos (só eu tenho 3 irmãs) que muito provavelmente iriam querer ir à maternidade assim que possível. Ainda por cima (e isto não dava para prever) o Simão nasceu a um Sábado, o que significa que no dia a seguir toda a gente ia estar livre para fazer sala no meu quarto de hospital.

Com um horário de visitas das 14h às 16h e um limite de 2 pessoas (para além do pai) a visitar de casa vez, iamos estar a gerir entradas e saídas como se aquilo fosse uma discoteca em vez da tranquilidade que devia ser o período pós-parto. Como dizer à avó babada que tem só 20 minutos porque há uma fila lá fora? Ou ter de escolher que familiares podiam ir? Não queria entrar nesses stresses.

Um dia não são dias

Num parto vaginal, sem complicações, o internamento são 2 dias. Dependendo das horas a que o bebé nasce e da destreza com que arrancamos a alta das mãos dos médicos provavelmente só um desses dias é que abrangeria o horário das visitas.

A multidão pode esperar. O que é importante sublinhar é que ninguém tem “direito” a ver o vosso bebé imediatamente.

Pão e Circo

É, pura e simplesmente, muita confusão. Muita confusão para o bebé que nasceu há horas, muita confusão para a mãe que está dorida, cansada e sentada em cima de um penso do tamanho de um tapete de arraiolos, muita confusão para o pai (ou outra mãe) que quer é estar com o seu bebé ao colo e criar laços de forma tranquila e sem interrupções.

O início da amamentação também corre melhor sem audiência, garanto-vos. Como mencionei no post com a estadia na maternidade , as duas outras mulheres no quarto comigo tiveram imensas visitas e não sei bem como, entraram mais pessoas do que era permitido por quarto. Aquilo foi um pandemónio e ambas as bebés, coincidência ou não, berraram a noite toda, tiveram dificuldades em pegar na mama, cólicas e estavam claramente inquietas.

Se vocês fossem um recém-nascido, acabado de sair do escuro, quentinho e silêncio, como iriam reagir a um circo de familiares a espreitar, pegar e comentar? Tudo para um recém-nascido é estímulo, e isso não é necessariamente bom.


É claro que há outros factores a considerar. Se o meu internamento tivessem sido 5 dias, após uma cesariana, eu provavelmente descansaria 2 ou 3 dias e depois aceitaria visitas. Se nenhum dos dois tivesse irmãos e fossem mesmo só dois pares de avós, provavelmente também. Ou se tivesse sido uma cesariana marcada, sem sequer ter estado horas e horas em trabalho de parto, se calhar até era capaz de capaz de receber umas visitas no próprio dia.

Claro que cada caso é um caso, mas acho que a tendência é para nem sequer pensarmos no assunto e toda a gente assume que quando nasce um bebé é normal irem a correr para o hospital.

A verdade é que um parto é um processo doloroso e cansativo e tanto a mãe como o bebé precisam de descansar e não de estar a fazer sala e a gerir visitas; e não contem com o bom senso do pai, porque esse estará radiante e pronto para mostrar a cria ao mundo, basicamente porque não foi ele que a pariu. Muito menos contem com o bom senso das visitas, porque o que não falta por aí são exemplos de como as pessoas perdem o tino quando há recém-nascidos envolvidos. 

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