Yay, o bebé nasceu! Já está a correr para a maternidade? Como diria Anselmo Ralph, “baby, vai com calma”.
As visitas ao recém nascido fazem parte da rotina das famílias – mas já pensaram que ir a correr para ver a nova abobrinha pode não ser o comportamento mais confortável para todos?
Quando alguém de quem gostamos muito engravida, também nós sentimos, de alguma forma, a barriga a crescer ao longo dos meses; acompanhamos com ansiedade cada momento de descoberta e cada ecografia (dispensamos partilhar as dores do parto, por motivos óbvios) e vemos aquele bebé um pouco nosso.
É por isso natural que queira estar presente nos primeiros dias de vida do bebé. Tudo bem, desde que leia antes as nossas recomendações – também válidas para avós e tios.
11 Regras para as visitas ao recém nascido
1. Não sou eu, és tu
É tipo a desculpa esfarrapada mais usada de sempre, mas ao contrário.
O seu desejo de visitar a recém-mamã e o seu bebé é feito de amor, mas às vezes ficamos tão entusiasmados com a oportunidade de conhecer o bebé e oferecer o nosso apoio à mamã que nos esquecemos de que eles, sim, são importantes. Portanto, não esqueça.
Em vez de precipitar as visitas ao recém-nascido, dê à sua amiga espaço e oportunidade para falar, ou ficar em silêncio – como ela preferir. Estas não são a ocasião nem a companhia certas para se queixar do trabalho, do filho que só faz birras ou do dinheiro que não sobra.
Faça questão de anunciar a sua visita com antecedência, e procure saber quais os horários mais convenientes para aparecer.
2. Não leve a peito
A única pessoa que pode levar a(o) peito é a mamã (pronto, vamos parar com as piadas).
Claro que a sua intenção é boa, e de certeza que a sua amiga fica feliz por demonstrar interesse em visitá-la e ao bebé, mas no pós-parto existe uma realidade alternativa provocada por “hormonas alucinogénicas” e ela pode não se sentir, ainda, preparada para ver outras pessoas.
Diga-lhe, ainda antes de ela o poder fazer, que entende se for inconveniente aparecer, e que jamais ficará ofendida ou chateado se ela preferir não receber ainda visitas.
3. Telefonar acima de todas as coisas
Jamais. Em tempo algum. Apareça. Sem avisar.
Mas esta é básica. Ainda assim, envie uma mensagem ou ligue-lhe quando estiver a caminho, mesmo tendo marcado uma hora para a visita. Os bebés não sabem ver as horas, portanto imprevistos acontecem e a sua amiga pode estar a meio de uma sesta ou a amamentar. O seu gesto vai permitir-lhe pedir-lhe um tempo de desconto de 15 ou 20 minutos.
Ah! Se quiser ganhar o prémio das visitas ao recém nascido, aproveite para dizer: “Olá, vou a caminho, ok? Vou passar pelo supermercado antes, queres que te leve alguma coisa?”.
4. Cuidado com os germes
Os recém-nascidos são frágeis e têm o sistema imunitário ainda em desenvolvimento, por isso encarne a Paula Bobone, não se esqueça das regras de etiqueta e espirre sempre com a mão à frente da boca.
Ok, agora a sério.
Não visite um bebé se estiver doente ou se esteve em contacto com pessoas doentes. Se o seu filho está constipado, cancele a visita – mesmo que a criança não vá. E se for médico, mude de profissão. Pronto, aí talvez seja necessário abrir uma excepção.
Não leve crianças consigo, mesmo que elas não estejam doentes, a menos que a sua amiga lhe diga que não há problema. As crianças são um autocarro de germes, consequência de frequentarem a escola ou o infectário. Infantário.
Lave as mãos assim que chegar. É só isso. Entre, dê dois beijinhos rápidos à mãe, e marchar, marchar em direção ao WC.
Não-dê-beijinhos-ao-bebé. Nós sabemos, é tarefa quase hercúlea!
5. Comidaaaaaa!
Nada é tão sinónimo de amor como o é uma lasanha. Ou uma pizza. Ou uma mousse de chocolate.
Tenha em atenção possíveis alergias, restrições e “antipatias alimentares” e prepare uma refeição, um docinho ou um mimo em forma de comida para oferecer ao casal.
Chocholates também vale. Ou fazer-lhes o jantar. Vá com tudo, Masterchef.
6. Pozinhos de perlimpimpim
Como diria o outro, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Tenha por isso a certeza de que lhe oferece a ajuda de que ela precisa e não aquela de que acha que ela precisa.
Já está preparada para ser fada do lar?
Algumas ideias:
– Ofereça-se para cuidar do bebé enquanto ela dorme ou toma um duche.
– Peça-lhe uma lista de compras e passe pelo supermercado.
– Brinque com o filhote mais velho.
– Ofereça-se para limpar sem dar a entender que a casa está desarrumada.
7. Cuidado com as palavras
Uma vez mais, hormonas. As recém-mamãs estão mais sensíveis, e podem interpretar mal algumas perguntas bem intencionadas. Durante as visitas ao recém-nascido, evite que ela se sinta julgada pelas suas opções pensando duas vezes nas perguntas que faz.
Experimente dizer “o bebé parece tão saudável” ao invés de perguntar “estás a amamentar?”.
Experimente dizer “lembro-me do quão cansada me sentia quando o Joãozinho era recém-nascido; queres aproveitar que eu estou aqui e fazer uma sesta?” em vez de perguntar “a Mariazinha já dorme a noite toda?”.
Experimente perguntar “apetece-te falar sobre o teu parto?” em vez de a sobrecarregar com perguntas sobre a bolsa amniótica, a epidural e a cesariana.
Experimente perguntar “como te sentes?” em vez de afirmar, como verdade universal, “agora entendes, não é?, ter filhos é mesmo o melhor do mundo!”.
Esta última é especialmente importante. Nem todas as mães se apaixonam imediatamente pelo seu bebé. Muitas vezes enfrentam em silêncio uma depressão pós-parto que as afecta na ligação emocional com o seu bebé. Perguntas como esta, que assumem uma perfeição talvez inexistente, fá-la-ão sentir-se mais culpada e triste ainda.
Pergunte-lhe, com interesse e preocupação genuínas, como se sente. Seja um ombro amigo e presente, de confiança e amizade incondicionais. Caso ela lhe confidencie ou suspeite de que algo está mal, peça ajuda a profissionais de saúde qualificados.
8. Cuidado com as palavras, volume II
Sim, somos chatos, mas é pelo bem nacional.
Está nos livros: não fale sobre o corpo ou a casa da recém-mamã em nenhuma circunstância e sob qualquer pressão. A última coisa com que uma recém-mamã quer lidar é com comentários desnecessários sobre o furacão que lhe passou pela sala ou sobre as suas olheiras.
Parece ridículo, dito assim, mas acontece. Nas visitas ao recém nascido, os únicos reparos permitidos são “estás com um brilho incrível” ou um “o quarto do bebé está lindo”.
9. Cuidado com as palavras, volume III
Quem quer conselhos vai àquele banco, não é?
Decidir amamentar ou não, quando é que pensa voltar ao trabalho ou se o bebé vai para a creche ou fica com os avós são escolhas pessoais e intransmissíveis.
Se ela lhe pedir opinião, seja gentil. Se não, fique pelo silêncio.
10. Adeus e um queijo
Ela vai adorar receber a sua visita, mas também é importante saber quando ir embora. Todas as recém-mamãs precisam de dormir, de aconchegar o seu bebé ou de ver três episódios seguidos na Netflix sem que ninguém a incomode.
Por isso, já sabe. Com as nossas recomendações para visitas ao recém nascido, chegue, veja, vença, e abandone.
11. Bonus! Volte a picar o ponto
Depois das primeiras semanas, a febre do recém-nascido vai passar. É nessa altura que a sua amiga mais precisará de companhia, ajuda e interesse. Não se esqueça de se fazer presente então também.
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