Baby Blues: Já ouviram falar? - Pumpkin.pt

Baby Blues: Já ouviram falar?

Baby Blues

É uma tristeza após o parto e afeta muitas mulheres e famílias, mas distingue-se da depressão pós-parto. Fiquem a conhecer a realidade dos Baby Blues.

O Baby BluesBlues pós-parto ou tristeza pós-parto, é uma realidade muito comum com a qual muitas mulheres e respetivas famílias se confrontam nos primeiros dias após o nascimento de um bebé e que difere da Depressão pós-parto.

Ana Vale, enfermeira e dinamizadora do Projeto Mulher, Filha e Mãe, dá-nos todas as respostas sobre o tema.

Baby Blues: o que é, afinal, esta tristeza?

O Baby Blues é comum?  

As estimativas de casos exsitentes do Baby Blues variam muito de estudo para estudo a nível mundial, encontrando-se entre 15,3% e 84% (1). Esta grande diferença na respetiva janela de valores existe devido a inconsistências no estabelecimento de critérios para definição de caso e nas diferenças nos métodos de amostragem.

Em Portugal, e de acordo com a Direção-Geral de Saúde (2) estima-se que cerca de 40% a 60% das mulheres passem por um blues pós-parto.

Para vos fazer trazer dados mais concretos sobre a possível quantidade de mulheres que poderão passar por esta problemática, decidi cruzar alguns dados. Assim, de acordo com dados da PORDATA, em 2015 houve 84,584 partos no total. Se cruzarmos estes últimos dados com os da Direção-Geral da Saúde então sabemos que, aproximadamente, cerca de 33 834 a 50 750 mulheres que foram mães em 2015, poderão ter passado por um blues pós-parto. 

Quais os sintomas de Baby Blues?

Apesar de todas as implicações na vida da mulher e respetiva família, o Blues pós-parto é considerado uma reação normal, comum e passageira às alterações hormonais e aos níveis de stress que caracterizam os primeiros dias após o nascimento de um bebé.

De acordo com alguns autores, o mesmo, não altera a capacidade da mulher funcionar adequadamente, não requer tratamento profissional e o apoio por parte da família e amigos próximos costuma ser suficiente para acelerar a sua resolução. Para além disso, é considerado um fenómeno transcultural, que se manifesta através de choro fácil e labilidade emocional.

Mas, atenção! Este tipo de choro pode não ser acompanhado de sentimentos de tristeza ou depressão. Ou seja, a mulher pode ter vontade de chorar, sem motivo aparente. Há mulheres que paralelamente ao choro, experimentam sentimentos de alegria também.

A dificuldade de atenção e de memória a curto prazo também costumam estar associados à sintomatologia que caracteriza esta afeção.

Quando acontece?

É consensual que comece nos primeiros três dias e que termine entre o sétimo e o décimo dia após o parto. Contudo, cada caso é um caso, e como tal, estes, não deixam de ser valores padrões que resultam de uma série de estudos já realizados na área.

Diferenças entre Baby Blues e Depressão Pós-Parto

Embora o Baby blues seja um preditor independente da Depressão pós-parto, um aspeto muito relevante da sua ocorrência é que está associado ao desenvolvimento posterior de depressão pós-parto, havendo estudos que comprovam que 20% das mulheres que sofrem de Baby blues, poderão vir a desenvolver posteriormente uma depressão.

Assim, apesar do Baby Blues não ser considerado uma perturbação do foro da saúde mental, a sua importância advém das suas potenciais implicações no desenvolver de outro tipo de doenças, como a depressão pós-parto.

Se sentirem que o choro, a irritabilidade, ansiedade e/ou a tristeza que sentem nesta fase persiste e vos limita na realização das vossas atividades do quotidiano individualmente e/ou em família, então deverão consultar um especialista na área (Enfermeiro, Psicólogo, Psiquiatra ou Médico de Família) para avaliarem em conjunto o vosso nível de saúde e bem-estar mental.

Qualquer questão, podem sempre entrar em contacto com: [email protected]

(1) Macedo, A.F. & Pereira, A. T. (Coords) (2014). Saúde Mental Perinatal: Maternidade nem sempre rima com felicidade. Lousã: Lidel.

(2) Direcção-Geral da Saúde (DGS) (2005). Promoção da Saúde Mental na Gravidez e Primeira Infância: Manual de orientação para profissionais de saúde. Lisboa: Direcção-Geral da Saúde.

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