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Como varia o cocó do bebé?

fezes do bebé

As fezes dos bebés reflectem o funcionamento do seu intestino, pelo que é normal que variem consoante o seu crescimento, adaptação ao meio ambiente e alimentação.

Sabiam que para além da cor, também a consistência e cheiro do cocó do bebé se alteram à medida que a abobrinha cresce?

As primeiras fezes são muito escuras, quase pretas e muito pegajosas e têm o nome de mecónio. São eliminadas nas primeiras horas de vida e, geralmente, mantêm-se apenas durante 3-4 dias. São formadas por restos de células e líquido amniótico, que o bebé deglute ainda dentro da barriga da mãe.

Posteriormente passam a ter um aspecto, consistência e cheiro diferentes, consoante o tipo de leite que é dado ao bebé. O Doutor Hugo Rodrigues, autor do projeto Pediatria para Todos, explica-nos como variam as fazes dos bebés.

Leite materno

Nesta situação, as fezes são habitualmente amarelas (podem ser um pouco mais esverdeadas ou alaranjadas) e líquidas ou semi-líquidas. Geralmente, o cocó do bebé apresenta uma espécie de grânulos ou “farrapos” e mantém-se assim durante todo o tempo em que durar o aleitamento materno.

Leite adaptado

Podem ser semelhantes às fezes do leite materno, mas de um modo geral são um pouco mais espessas e esverdeadas. Ao contrário do que grande parte das pessoas pensa, as fezes de cor verde nestas idades são perfeitamente normais e não têm nenhum significado em particular.

Nas primeiras semanas de vida, os bebés costumam ter dejecções sempre ou quase sempre que mamam, mas a partir do mês de idade essa frequência reduz-se. Por esse motivo, é importante esclarecer que os bebés não precisam de fazer cocó todos os dias, podendo ficar até 3-4 dias sem fazer, desde que estejam tranquilos e confortáveis.

Ao longo dos primeiros meses, o cocó do bebé mantém-se mais ou menos sempre com as mesmas características, até à altura em que se introduzem outros alimentos na dieta. A partir daí, habitualmente passam a ficar mais espessas e com um cheiro mais intenso. Por vezes ficam tão duras, que se torna difícil a sua expulsão, sendo que nesses casos pode ser necessário o recurso a medidas alimentares ou tratamentos para resolver a situação.

Não existe propriamente um padrão considerado “normal” para as fezes das crianças, sendo que a maioria costuma ter dejecções, em média, uma vez por dia. No entanto, este valor é apenas uma indicação, pois a variação entre crianças é muito grande.

Por fim, gostaria apenas de deixar uma palavra para a obstipação, ou prisão de ventre, que é bastante frequente entre crianças. O seu tratamento assenta essencialmente em correções alimentares e, eventualmente, na administração de um laxante pediátrico e a sua eficácia é bastante significativa assim, deve falar com o seu médico se o seu filho apresentar:

  • Fezes muito duras ou “em bolinhas”;
  • Fezes de calibre muito grande (muito “grossas”);
  • Dificuldade ou desconforto na eliminação das fezes;
  • Aparecimento de fissuras em volta do anus, com a defecação.

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