Muitos pais de “primeira viagem” pensam que os seus bebés devem desenvolver-se dentro do seu próprio ritmo.
Estes pais acreditam que é prejudicial para os bebés estarem expostos a desafios para os quais não estão ainda preparados e que as crianças devem aprender por si a rolar, ou a deixar as fraldas.
Este pensamento teve a sua origem por volta de 1900, quando os profissionais de saúde e ciência acreditavam que os nossos genes determinam quem somos, e que o desenvolvimento da criança ocorreria independente de qualquer estimulação a que o bebé estivesse sujeito.
Audrey van der Meer é professora na Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia e defende, agora, uma teoria que vai contra este mindset do início do século passado. Esta norueguesa utilizou tecnologia de ponta para estudar a atividade cerebral de milhares de bebés. Os resultados são claros: os neurónios das crianças mais pequenas desenvolvem-se mais rapidamente e multiplicam-se conforme o bebé vai desenvolvendo mais capacidades e se torna mais independente. Estes neurónios criam mais de mil novas conexões por segundo.
A pesquisa de Van der Meer comprova também que:
1. O desenvolvimento do nosso cérebro, da percepção sensorial e das capacidades motoras acontece em simultâneo.
2. Até os bebés mais pequenos devem ser desafiados e estimulados desde o nascimento, precisando de envolver todo o seu corpo e os sentidos ao explorar o mundo e os diferentes tipos de material – dentro e fora de casa, em todo o tipo de clima ou condições atmosféricas. Esta experiência deve ser autónoma e independente; não é suficiente que carregue a criança ao colo ou a passeie num carrinho.
3. Crianças nascidas em culturas onde a estimulação precoce é considerada importante – ginásios para bebés, por exemplo, são um conceito amplamente implementado na Ásia – desenvolvem-se mais rapidamente do que as crianças ocidentais.
4. O cérebro das crianças pequenas é muito maleável, e pode por isso adaptar-se ao que acontece ao seu redor. Se as novas sinapses que são formadas não forem utilizadas, elas desaparecem e o cérebro perde alguma dessa “plasticidade”. Van der Meer dá um exemplo curioso e muito interessante: os bebés de 4 meses de idade conseguem distinguir os sons de qualquer língua do mundo, mas aos 8 meses já perderam essa capacidade.
5. Nos anos 70 acreditava-se que as crianças podiam aprender apenas uma linguagem corretamente, e os médicos aconselhavam os pais estrangeiros a não falarem com os filhos na sua língua materna. Hoje, está comprovado que as crianças podem falar duas, três línguas fluentemente sem se confundirem ou sem sofrer atrasos no desenvolvimento de uma das línguas em detrimento da outra. Os estudos comprovam que a área da língua nativa se activa quando as crianças que as aprenderam até aos sete anos de idade – depois disso, o cérebro absorve o conhecimento mas já o rejeita como “nativo”.
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