As maiores grutas de Portugal: quais visitar? - Pumpkin.pt

As maiores grutas de Portugal: quais visitar?

Sabiam que existem, em Portugal, doze grutas turísticas, preparadas para receber famílias e abobrinhas curiosas?

Percorrer as profundezas da terra pode ser muito divertido e educativo!

Em Portugal, temos grutas no Centro, Sul e nos Arquipélagos. Preparem as malas e vão à aventura!

Não se esqueçam de avisar as abobrinhas para não mexerem nas formações rochosas: as estalagmites (crescimento de baixo para cima) e as estalactites (crescimento de cima para baixo) demoram milhares de anos a crescer! É como um museu, mas natural.

As maiores grutas do Centro de Portugal

Grutas de Mira d’Aire

grutas de mira de aire

As grutas de Mira de Aire são as maiores de Portugal, ficam a cerca de 15 km de Fátima e estão abertas ao público há precisamente 40 anos (abriram em Agosto de 1974).

O Blog Viajar em Família contou-nos que este é um lugar com características mesmo muito raras e curiosas, numa zona de serra calcária em que não há rios à superfície, portanto as águas da chuva entranham-se no solo e é assim que em contacto com o calcário que vão encontrando formam as várias estruturas da gruta.

Foram descobertos cerca de 11 km mas só se visitam 600 m e continuam-se ainda a encontrar novas galerias.

É um passeio bastante interessante para se fazer em família e os miúdos ficam fascinados principalmente por saber que vão para debaixo de terra, assim como se de exploradores se tratassem.

Não é possível levar carrinhos e há muitas escadas (683 degraus, para ser mesmo exacta), pelo que não é recomendado fazer a visita com crianças muito pequenas.

Apesar de um desnível de 110 metros desde a entrada, a iluminação é sempre boa (existem cerca de 3.000 lâmpadas) e a temperatura é agradável – estão sempre à volta dos 17 graus lá dentro durante todo o ano.

E não pensem que é um roteiro monótono pois há várias salas, lagos e cores pelo caminho e o guia que desce com os visitantes tenta interagir e puxar pela imaginação de todos.

Por exemplo, saibam que há a sala vermelha, a cara de uma senhora encostada à Península Ibérica ou o esparguete pendurado, se usarem a imaginação, claro!

A descida é de escadas mas a subida é de elevador. Comer e ir à casa de banho só antes ou depois da visita, que dura cerca de uma hora.

Primeiro visitem as incríveis Grutas de Mira de Aire e depois mergulhem de cabeça no Aquagruta, enquadrado num espaço maravilhoso, com o Polje de Mira-Minde e a Serra de Aire como pano de fundo.

Grutas de Alvados

grutas de alvados

De menor dimensão do que as Grutas de Mira de Aire, as Grutas de Alvados mantém uma singularidade que as diferencia. A sua apresentação, mais natural e harmoniosa, mostra aos seus visitantes galerias ricas e lagos naturais de beleza única.

Mas é o seu percurso em forma de corredor e os contínuos “algares” de altura invulgar que a compõem, que levam os especialistas, e o público em geral, a considerar esta gruta como uma das mais características da península ibérica.

As Grutas de Alvados são constituídas por duas partes, tradicionalmente denominadas por “gruta velha” e “gruta nova”.

A “gruta velha” é conhecida há cerca de quatrocentos anos e era frequentemente utilizada pelos pastores locais que aí se abrigavam das intempéries.

A “grutas nova”, que constitui as Grutas de Alvados propriamente ditas, foram descobertas em 1964 por um grupo de trabalhadores das pedreiras da Serra dos Candeeiros. A descoberta deu-se por acaso, quando o grupo de trabalhadores se interrogou ao ouvir o cair das pedras num algar que lhes pareceu, desde logo, ser profundo.

Neste sentido, preparou-se uma primeira descida às grutas com cordas e lanternas. Deslumbrados com o que encontraram, rapidamente se espalhou a notícia da descoberta. As grutas de Alvados são compostas por uma sucessão de salas, de estalagmites e estalactites, colunas e lagos ligadas entre si, um verdadeiro monumento natural que a todos encanta.

Grutas da Moeda

grutas da moeda

A lenda da moeda conta que dois bandidos estavam a preparar um assalto a um homem abastado que se deslocava pelo mato com um saco de moedas. Para conseguirem tirar-lhe o dinheiro, acabaram por matá-lo e atiraram o corpo para um precipício, que era na verdade a entrada da gruta. Tanto o homem como o saco caíram ao poço, e as moedas, para mal dos pecados dos pouco ajeitados patifes, perderam-se para sempre.

Diz-se que ainda hoje essas moedas estão naquelas que ficaram então conhecidas como as Grutas da Moeda, talvez no fundo do lago ou camufladas entre as dezenas de estalactites e estalagmites que cobrem as galerias.

Será que as vão conseguir encontrar? Diz quem por lá já esteve que as zonas mais bonitas das Grutas da Moeda são as salas banhadas pelas águas subterrâneas límpidas e cristalinas: o Lago da Felicidade, o Algar d’Água, a Cascata, a Marítima e a Fonte das Lágrimas.

E como uma nova lenda antecipa que a sorte vai proteger quem deite uma moeda a um destes lagos, não vamos resistir a atirar uns cêntimos à água.

Grutas de Santo António

As Grutas de Santo António estão ligadas entre si e formaram-se aproximadamente há 180 milhões de anos, quando os dinossauros ainda povoavam a terra! Conseguem imaginar a quantidade de histórias que teriam para contar, se falassem?

A história conta que foram descobertas em 1955 por dois homens que, procurando um pássaro que tentavam apanhar, entraram por uma grande fenda aberta num rochedo, onde aquele se tinha refugiado.

Após a sua abertura ao público, à semelhança das outras grutas, houve um investimento ao nível dos acessos e da iluminação, que procurou realçar toda a beleza das salas, das estalagmites e estalactites que as compõem.

Atualmente, as Grutas de Santo António são servidas por um conjunto de edifícios de apoio: a visita inicia-se pelo túnel artificial, que desce até a uma primeira sala, onde se pode admirar o grande lago natural, que funciona como antecâmara a uma estreita passagem.

Depois, o caminho abre-se numa sala monumental e única, cuja dimensão e beleza a tornam invulgar, continuando a ser considerada pelos especialistas e público em geral como uma das mais belas e ricas da Europa.

Algar do Pena

algar do pena

O algar do Pena é uma gruta descoberta em 1985 pelo Sr. Joaquim Pena, explorador de pedra para calçada, actividade que ainda hoje domina esta zona das serras. 

É constituída por uma enorme sala (a maior sala subterrânea conhecida em Portugal), onde são visíveis uma grande quantidade de espeleotemas. A gruta atinge uma profundidade de 85 metros!

Como forma de valorização desta espantoso património, foi criado o Centro de Interpretação Subterrâneo da Gruta Algar do Pena em 1997 e desde então é possível a visita ao interior da gruta: a visita integral proporciona a descida até à base do algar e é feita com recurso a técnicas de corda para progressão subterrânea como descidas de rappel e outras, de reduzida dificuldade.

Esta visita tem a duração aproximada de 4 horas.

As maiores grutas no sul de Portugal

Gruta do Escoural

gruta do escoural
Fotografia: D. R. Cultura do Alentejo

A Gruta do Escoural é um património importantíssimo que a História nos deixa: além da sua beleza natural, nelas podem ser encontrados vestígios de arte rupestre paleolítica!

A gruta, que fica no Alentejo, tem cerca de trinta galerias e diversas salas e corredores, e só pode ser visitada mediante marcação prévia no Centro Interpretativo do Escoural, preferencialmente com pelo menos 24 horas de antecedência. O grupo tem de ter no mínimo duas pessoas e no máximo dez.

As maiores grutas no Arquipélago da Madeira

Grutas de São Vicente

grutas de São Vicente

As grutas de São Vicente formaram-se a partir de uma erupção vulcânica há 890 mil anos, no Paul da Serra: este conjunto de oito “túneis vulcânicos” apresenta um desenvolvimento total de mais de 1000 metros de comprimento, cuja altura máxima varia ente 5 a 6 metros, e é o maior que se conhece, até agora, na Ilha da Madeira.

As grutas de São Vicente são imensas, maravilhosas, naturais, e proporcionam uma visita muito bem organizada, com uma duração de cerca de 30 minutos acompanhada por guias que vos vão explicar as maravilhas das profundezas vulcânicas da ilha.

No decorrer do percurso, as plantas dão um ar da sua graça, sobretudo os fetos, mas o mais impressionante é saber que esta vegetação não sofreu qualquer intervenção humana consciente: o ar, a água e os visitantes são os possíveis transportadores dessas “sementes” que, uma vez na presença de luz, desencadeiam o processo de fotossíntese.

A água que acompanha toda a visita (a maior galeria é precisamente denominada Lago dos Desejos) é proveniente de nascentes. A sua temperatura varia entre os 12 e 13ºC e pode ser consumida. A temperatura ambiente ao longo do percurso é constante e ronda os 16 a 17ºC.

Sigam por um percurso misterioso, adequadamente iluminado e acompanhado por música bem escolhida. A iluminação das arquitecturas mágicas vai estimular o vosso imaginário: vão sentir-se no Centro da Terra.

centro de vulcanismo São Vicente

A seguir, passem pelo Centro de Vulcanismo, que alia a cultura e o conhecimento ao lazer e à animação, num pavilhão que permite assistir, de uma forma pedagógica e lúdica, aos espectáculos audiovisuais que fazem a recriação da evolução geológica das grutas, à erupção dum vulcão e ainda à simulação do nascimento do Arquipélago da Madeira.

Gruta do Carvão

gruta do carvão

A Gruta do Carvão enquadra-se numa região da Ilha de S. Miguel denominada geologicamente como “Complexo Vulcânico dos Picos”.

Atualmente há dois tipos de visitas disponíveis na Gruta do Carvão: as visitas num pequeno troço, de fácil acesso, e as visitas expandidas, num troço maior que requer algum esforço físico. Já viram estas estalactites de lava?! São impressionantes!

As maiores grutas no Arquipélago dos Açores

Gruta das Torres

gruta das torres

A Gruta das Torres, localizada na ilha do Pico, é o maior tubo lávico conhecido em Portugal, com 5150m de comprimento total.

É constituída por um túnel principal, que se desenvolve ao longo de 4480m e é na sua maior parte de grandes dimensões, podendo atingir alturas de 15 metros, e por vários túneis secundários laterais e superiores, que apresentam dimensões mais reduzidas.

O seu interior é rico em formações vulcanoespeleológicas como estalactites e estalagmites lávicas, bancadas laterais e lava balls. É possível adentrar esta cavidade vulcânica através do Centro de Visitantes da Gruta das Torres e a visita vale muito a pena!

Algar do Carvão

algar do carvão

Que tal entrarem, literalmente, dentro de um vulcão adormecido? Isso é possível se visitarem as Grutas do Algar do Carvão, na Ilha Terceira.

Esta é uma notável chaminé vulcânica, que ao contrário do que geralmente se verifica noutros casos, não está completamente obstruída e pode, por isso, ser visitada, tendo sido desenvolvidos trabalhos para facilitar o acesso da população a esta maravilha natural que conta com com uma cratera com mais de 90m que termina numa lagoa de águas límpidas.

Gruta do Natal

gruta do natal

Esta gruta, inicialmente conhecida por Galeria Negra, por grande parte da gruta ficar por baixo de uma lagoa, a Lagoa do Negro, foi depois rebaptizada por Gruta do Cavalo, aquando das primeiras explorações, por lá terem sido encontrados restos de uma ossada de um cavalo que havia caído pela abertura de entrada.

Mais tarde, conquistando o “mistério” que aquela gruta representava no passado, os Montanheiros iniciaram algo que se tornaria numa singular tradição.

Assim, após 25 de Dezembro de 1969, com a celebração pelo Patriarca das Índias D. José Vieira Alvernaz, passou a chamar-se Gruta do Natal. Esta data marca ainda a abertura da gruta pela primeira vez à população, para tal tendo sido construído um acesso simples e instalada uma iluminação rudimentar.

Têm sido realizadas, noutros anos, a Missa de Natal, tendo a gruta sido já palco também de um baptizado e de um casamento.

De entre todas as grutas que existem na ilha Terceira esta é a que melhores condições oferece para a exploração turística, com os acessos a serem facilitados! O circuito interno é feito para que não haja necessidade do visitante percorrer o mesmo trajecto na ida e na volta. 

Furna do Enxofre

furna do enxofre

A Furna do Enxofre é uma enorme caverna de 194 metros de comprimento, de origem lávica, que fica no interior da Caldeira da Graciosa. Existe um Centro de Interpretação que é também o local de entrada para furna.

Entre as 11 e as 14 horas é possível observar a furna do exterior, devido aos raios de sol que penetram no seu interior. Para a visitarem, têm que descer por uma escadaria em caracol com 183 degraus, mas vale a pena: no interior há um belo lago “de lava” com cerca de 130 metros de diâmetro!

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